Toma posse o novo presidente de Gana
Gana está começando a sair da sua pior crise econômica dos últimos anos
Gana, oficialmente República do Gana, é um país da África Ocidental com cerca de 32 milhões de habitantes e conhecido como o segundo maior produtor de cacau do mundo, além de um dos maiores produtores de ouro da África. A agricultura corresponde a 50% do Produto Interno Bruto de cerca de 83 bilhões de dólares.
No último dia 7 de janeiro, terça-feira, em Acra, capital do país, o recém-eleito John Mahama tomou posse como Presidente do Gana, sucedendo Nana Akufo-Addo, que exerceu o cargo por dois mandatos.
Para ele, “minha reeleição é um acontecimento histórico que vale a pena repetir”, declarou o novo Presidente, de 66 anos, em sua tomada de posse perante uma grande multidão reunida na Praça da Independência, repleta de apoiadores de seu partido, o Congresso Nacional Democrático (NDC).
Mahama foi eleito em dezembro com 56,6% dos votos, para um segundo mandato, já que havia exercido um mandato como presidente do país entre 2012 e 2017. A sua eleição marca o regresso ao poder do NDC após oito anos de domínio do Novo Partido Patriótico (NPP).
Um fato destacado pelas mídias corporativas é que sua vice-presidente, Jane Naana Opoku-Agyemang, é a primeira mulher a ocupar este cargo no Gana e também foi empossada.
Estiveram presentes na tomada de posse cerca de 20 chefes de Estado africanos, incluindo Bola Ahmed Tinubu (Nigéria), Bassirou Diomaye Faye (Senegal), Ibrahim Traoré (Burkina Faso), William Ruto (Quênia), Félix Tshisekedi (República Democrática do Congo), Brice Oligui Nguema (Gabão), Julius Maada Bio (Serra Leoa), Mamadi Doumbouya (Guiné-Conacri), bem como vários antigos presidentes e chefes de governo.
Chamou a atenção o esforço do presidente empossado para que o Capitão Traoré, um dos líderes da Aliança dos Estados do Sahel, comparecesse à cerimônia de posse, inclusive acatando as exigências de segurança do mandatário de Burkina Faso, que já sobreviveu a 19 tentativas de assassinato.
A mídia corporativa informa, também, que a campanha eleitoral foi dominada pelas preocupações econômicas dos 32 milhões de ganeses confrontados com um custo de vida elevado.
O Gana está começando a sair da sua pior crise econômica dos últimos anos, com a inflação atingindo 50% no final de 2022, o que obrigou as autoridades a recorrerem a um empréstimo de três bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Embora a inflação tenha baixado para cerca de 23% e outros indicadores macroeconômicos tenham estabilizado, as dificuldades econômicas continuaram a ser uma questão eleitoral importante para muitos, em especial a necessidade de criação de empregos.
Segundo a agência chinesa Xinhua, em sua versão em língua portuguesa, o enviado especial do presidente chinês, Xi Jinping, Hao Mingjin, participou da posse do presidente de Gana, John Dramani Mahama, em Acra, capital do país.
Após a posse, Mahama se reuniu com Hao, vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, para discutir os laços bilaterais. Durante a reunião, Hao transmitiu os calorosos parabéns e votos de felicidades de Xi a Mahama. Ele destacou que a China valoriza profundamente sua amizade tradicional com Gana e continua comprometida em promover as relações China-Gana a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo, tendo como referência as estruturas da Iniciativa Cinturão e Rota, também conhecida como Novas Rotas da Seda, e do Fórum de Cooperação China-África, com o objetivo de elevar a parceria estratégica China-Gana a novos patamares.
Membro da União Africana, da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, além de Estado associado à Francofonia, Gana ainda não apresentou indicativos claros de sua política interna e de como deve navegar nos mares turbulentos da geopolítica atual.
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