"Tratoraço” atropela Bolsonaro
O jornalista Alex Solnik escreve sobre o escândalo do Orçamento secreto de Bolsonaro que entregou R$ 3 bilhões a deputados para comprar sua base de apoio: "Somente uma CPI do Tratoraço poderá revelar ao país os responsáveis por essa farra bilionária."
Por Alex Solnik
Minha cota”; “fui contemplado”; “recursos a mim reservados” são alguns comentários de deputados e senadores que, mediante 101 ofícios e em troca de apoio a Bolsonaro direcionaram um total de R$3 bilhões do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional e da Codevasf para suas bases eleitorais em forma de tratores e outros equipamentos agrícolas superfaturados em até 259%.
O esquema, revelado hoje pelo repórter Breno Pires no “Estadão”, foi montado no fim do ano passado, a tempo de beneficiar, dentre muitos outros parlamentares, ao então presidente do Senado Davi Alcolumbre, que foi contemplado com R$ 277 milhões.
O escândalo do “Tratoraço”, também chamado de “orçamento secreto” ou “orçamento paralelo” funcionava de forma a permitir que bolsonaristas estipulassem os preços dos equipamentos, o que levou a superfaturamentos como o caso do deputado Lúcio Mosquini que fixou em R$ 359 mil o preço de um trator que na realidade custa R$ 100 mil.
Há quem o compare ao escândalo dos “Anões do Orçamento”, ocorrido em 1993, na Câmara, que resultou em CPI, com seis deputados cassados e quatro renúncias.
A enorme repercussão do caso neste fim de semana indica que o governo não terá como varrer a sujeira para debaixo do tapete.
Somente uma CPI do Tratoraço poderá revelar ao país os responsáveis por essa farra bilionária.
Uma CPI incomoda muita gente; duas CPIs incomodam muito mais.
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* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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