Trump em campanha vira maior ameaça à sobrevivência da Petrobrás nacionalista
Trump convoca os grandes do petróleo para fortalecer ainda mais seu patrimônio no processo de ampliação dos monopólios e oligopólios do petróleo.
A desnacionalização completa da Petrobrás está sendo traçada entre Donald Trump, candidato republicano, ultra direita fascista à Casa Branca, e 20 grandes corporações petroleiras americanas, reunidos na semana passada na mansão do candidato republicano na Flórida.
A elas, Trump, segundo Washington Post, oferece facilidades tributárias e financeiras para fortalecer seus ativos em compras de novos ativos para ampliar seus negócios em escala global.
Essa estratégia já está em prática no Brasil, relativamente à Petrobras, desde o governo Temer seguido de Bolsonaro.
O fatiamento da estatal brasileira se destinou às petroleiras internacionais, aprovadas pelo Congresso, Supremo e mídia corporativa.
Agora, Trump convoca os grandes do petróleo para fortalecer ainda mais seu patrimônio no processo de ampliação dos monopólios e oligopólios do petróleo.
O monopólio da Petrobras, que já se encontra, política, econômica e financeiramente, esvaziado, será engolido pelos oligopólios que estarão ao lado de Trump.
Oligopólio engole o oligopólio
No cenário da financeirização global, os grandes monopólios engolem os oligopólios mais fracos.
Sob o neoliberalismo antinacionalista, a Petrobrás se transformou em monopólio mais fraco no cenário global.
Os grandes vão engoli-lo, melhor, já estão engolindo-o com o processo de fatiamento, conforme descrito em “A Petrobras Fatiada”, livro-documento organizado por Patrícia Laier, Francisco Gonçalves e Orildo Lima e Silva, da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo).
Trump acertou com o oligopólio vencedor na disputa do petróleo no Brasil e na América Latina para fatiamento das empresas nacionalistas de petróleo, já com ampla participação do capital estrangeiro na sua formação acionária.
Esse foi o teor da conversa de Trump com os grupos petroleiros para acelerar a dominação dos oligopólios americanos do petróleo pelo mundo afora.
O destino do Brasil foi determinado no centro da campanha eleitoral americana.
Discurso da resistência à vista
O discurso nacionalista latino-americano vai crescer diante dessa investida multinacional trumpiana nas fontes de petróleo internacionais.
Acenderá ou não defesa nacionalista latino-americana do petróleo para formar unidade continental contra a investida de Trump, juntando Brasil, México, Bolívia, Venezuela e Guianas?
Ou haveria um racha, visto que as petroleiras internacionais avançam no domínio das fontes de energia, com vigor fortalecido pelas promessas de Trump, amplamente, apoiado pelo business americano?
A força do estado brasileiro se enfraquece paulatinamente no processo de domínio da Petrobrás pelas acionistas internacionais na empresa, no cenário da dominação financeira neoliberal radical, fortalecida pela investida imperialista à lá Trump.
O choque ideológico tende a crescer, ampliar a força do capital petroleiro, interessado em dominar, totalmente, as fontes de energia disponíveis na natureza, com o aval do presidente fascista americano, se Trump conquistar a presidência.
As forças de resistências nacionais, em torno da provável ressurreição de campanha nacionalista tipo “Petróleo é Nosso”, poderão ou não se ascender diante da propensão de Trump de dominar a Petrobrás para os petroleiros americanos das setes irmãs?
Não é à toa que o caixa de campanha de Trump deu um salto espetacular de quase 150 bilhões de dólares na disputa mercantil eleitoral com Biden, que representa a democracia de Tio Sam, com a contribuição maior das petroleiras.
Democracia aposentada
Os fascistas americanos, que dominam a cena política no maior império financeiro global, estão, agora, preocupados menos com o fortalecimento da democracia do que com o retorno da lei de impostos e aumento de emprego que vigorou no governo Trump, de 2017 a 2021, denominado Era Dourada, em que os empresários não pagavam impostos e usufruíram de legislação pró capital produtivo.
As finanças do império relativizam a democracia diante da emergência de um líder fascista na Casa Branca, se o preço a pagar for o aumento dos lucros das próprias finanças do império.
Com Biden, os democratas beneficiam mais os rentistas do que os capitalistas da produção, com juro real elevado pela especulação financeira do FED, aliados dos credores da dívida pública americana e da indústria armamentista.
Trump, político, convoca os empresários para reduzir imposto em troca de aumento do emprego, mais isenção tributária, redução dos juros e benefícios fiscais para tocar seus negócios, em escala expansionista internacional.
Trump copia os chineses: convoca os bancos a emprestar barato aos empresários tendo em troca benefícios tributários e fiscais e apoio do império à expansão comercial via desregulamentação generalizada.
Amplia-se, como Trump, o domínio do capital produtivo sobre o estado, tentando disputar maior espaço com os rentistas, que se nutrem dos juros especulativos comandados pelo FED, ao lado do protecionismo trumpiano para cercar a China, protegendo o mercado americano.
Império acelera colonização
A campanha eleitoral americana, portanto, vira maior fator de instabilidade nas petroleiras nacionais nos países capitalistas periféricos, com ocorre no Brasil e na Petrobrás.
Trump dá arrancada para dominar as fontes de petróleo em escala global, usando as 20 maiores corporações americanas de petróleo, na formação de uma esquadra imperialista para exploração do primeiro mundo sobre o terceiro em busca das riquezas naturais.
Nova fonte de choques internacionais, potencializando o prenúncio da terceira guerra mundial.
Cria-se cenário, na eleição presidencial americana, que traça o destino da economia brasileira e latino-americana em geral que passam a ser alvos mais intensos do império sobre América Latina.
Essa, aliás, é a pregação intermitente da General Laura Richardson, do Comando Sul-americano para controlar a América do Sul, para preservar os pressupostos da Doutrina Monroe, pela qual aqui está também o interesse imperialista americano.
Richardson expressa, na prática, a linguagem de Trump aos petroleiros no auge da campanha eleitoral nos Estados Unidos para caracterizar como será o modus operandi do império se ele ganhar as eleições.
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