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    Arnóbio Rocha

    Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".

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    Trump, sua vitória é filha da impunidade. O Brasil não punirá Bolsonaro?

    "O golpismo do Capitólio foi premiado. O golpismo de 8 de janeiro também será?", questiona Arnóbio Rocha

    Trump e Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

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    No texto tratando da vitória espetacular de Trump, disse que boa parte dela é fruto da impunidade, da falha do sistema de permitir ao golpista Trump se candidatar. Aliás, em ser candidato já simbolizava que a democracia era incapaz de punir seus crimes, epe de criminoso, virou vítima do sistema. Assim descrevi:

    “A luta ideológica, a pouca saúde de Biden, a liberdade de Trump em concorrer, desmoraliza a democracia. A troca, por fim, por Kamala Harris, a apagada vice de Biden, apontava para um cenário imprevisível, ideal para que um fanfarrão sem meias medidas, grosso, machão, fascista, se desse bem. Aliás, é um aviso ao Brasil sobre 2026, quando não se pune aqueles que atentam contra a democracia, cria uma sensação de que eles, Trump e Bolsonaro, são vítimas, o que é perfeito numa campanha eleitoral mano a mano".

    Essa dura lição é um alerta ao Brasil. O golpismo do Capitólio foi premiado. O golpismo de 8 de janeiro também será?

    Esperando Gonet…

    Além dessa espera, há uma visão tosca de que Bolsonaro é o adversário ideal, ouço por ali, por aqui. Isso repete uma ideia (errada) e recorrente de marqueteitos, aprendizes de feiticeiros, a mesma tática eleitoral:

    Em 2022 “escolhemos” Tarcísio, em 2024 queríamos escolher “Marçal”, para 2026, o menu é Bozo?

    Parece que deram muito certo essas escolhas, inclusive a que aceitou a impunidade do Moro, mais fundo, é que hoje se “namora” com uma anistiazinha, não foi tão grave assim, o 8 de janeiro.

    Sério que vamos confiar mais uma vez apenas em Lula, por mais que seja gigante?

    Os democratas também achavam que o candidato ideal para enfrentar em 2024 era Trump, com suas centena de processos, algumas condenações o desgastariam. Ao contrário, isso não o desmoralizou. Tornou-o maior e vítima do sistema. Ele, Trump, deu uma surra acachapante nos democratas, na democracia e humilhou o Judiciário.

    Esse recado serve ao Brasil: punições contra bagrinhos podem levar à sensação de que são apenas bodes expiatórios, uma vingança do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Lula, para ameaçar Bolsonaro e os tais patriotas - como se fossem coitadinhos, nada de grave fizeram.

    Quando o Brasil agirá contra o Bolsonaro? A eleição de Trump criará dificuldades para ir em frente na denúncia e processo em face de Bolsonaro e nos artífices, financiadores e coniventes da tentativa de golpe?

    A resposta dessas questões serão cruciais para o processo eleitoral de 2026. Quem defende a democracia e o Estado de Direito não pode errar ou falhar, mais uma vez.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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