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    Adilson Roberto Gonçalves

    Pesquisador científico em Campinas-SP

    207 artigos

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    Um marco na história política do país

    "Não podemos esquecer das origens da tentativa de golpe, que passaram pela leniência do Procurador Geral da República ao longo dos quatro anos catastróficos"

    Parlamentares celebram relatório final da CPMI do 8 de janeiro (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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    A senadora Eliziane Gama foi bastante competente para fazer um relatório em que evidenciou os responsáveis pela tentativa de golpe no 8 de Janeiro, não somente os executores como, principalmente, os financiadores e mandantes. É claro que sofre pressão de todos os lados e esperamos que a CPMI seja um marco na história política do país, como foi a similar da Covid. Se controlamos a pandemia, o relatório de Eliziane é para colocar um fim ao pandemônio da atividade golpista no país.

    Personagem importante do relatório é o ajudante de ordens Mauro Cid, citado 128 vezes nas mais de 1.300 páginas do documento. Ele, alcunhado agora de “SuiCid”, que se cuide, pois os milicianos com quem ele se envolveu sabem muito bem cultivar o silêncio. Para além das certezas que ele delatou e ainda tenha a delatar fica a dúvida do porquê ainda não ter sido expulso do Exército. Ou seja, apregoam que não terá função ou cargo a partir de agora, mas o sólido soldo continua caindo na conta bancária.

    Recentemente, em colunas de jornalões paulistas, foi defendida uma tese de não se etiquetar qualquer um de poderoso, especialmente quando são pessoas simples alçadas na posição momentânea de poder. No entanto, um reparo nos argumentos é necessário, pois o ex-presidente já condenado pelo TSE não pode ser considerado um qualquer, criminoso que é. A menos que se considerem milicianos, prevaricadores, corruptos, incitadores de golpes e mentirosos como gente comum. O relatório de Eliziane mostra que não são e o poder que carregam é sanguinário.

    Por fim, não podemos nos esquecer das origens da tentativa de golpe, que passaram pela leniência do Procurador Geral da República ao longo dos quatro anos catastróficos do condenado ex-presidente. Um fato que passou meio ao largo nesses dias e que ilustra o fato foi a vitória do professor Conrado Hübner Mendes frente ao TRF da 1a. Região e pela manutenção de sua coluna com análises precisas e necessárias. Duplos parabéns por ele ter criticado o ocupante da PGR, foi julgado, e, agora, inocentado. Os 35 anos da Constituição Federal foram pontuados de baixos e baixezas, insuperáveis pela catastrófica atuação de Aras na PGR quando enfrentávamos a pandemia e o pandemônio da Presidência do país. A justiça ainda é tênue, pois pode haver recursos superiores no caso específico do professor Conrado. Mas, no momento, saboreemos a aprovação do relatório da CPMI dos atos golpistas.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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