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    Valéria Guerra Reiter

    Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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    Um mundo paralelo de bilhões

    A vida do brasileiro é de mero expectador e espectador

    (Foto: Arquivo/ABr)

    “Os partidos políticos terão R$ 4,96 bilhões para usar em campanhas políticas durante as eleições municipais de 2024. O valor definido foi o mesmo das eleições gerais de 2022. O primeiro turno em 2024 será realizado em 6 de outubro”.

    A precarização do trabalho é um fenômeno que tem adquirido relevância crescente no Brasil, refletindo as profundas transformações no mercado de trabalho e na economia global. Este conceito engloba uma série de mudanças nas condições laborais que resultam em insegurança, instabilidade e redução dos direitos dos trabalhadores. A precarização está intrinsecamente ligada ao aumento do trabalho informal, que tem se expandido significativamente nas últimas décadas. Tomara que o uso de celulares em sala de aula, deixe mesmo a educação menos tosca e seletiva.

    A combinação de instabilidade econômica, reformas trabalhistas e mudanças na dinâmica global contribui para um panorama no qual muitos trabalhadores enfrentam condições de trabalho cada vez mais vulneráveis.

    Você, que está aí, e ainda não conhece a verdadeira História do Brasil, precisa urgentemente ler artigos, livros, compêndios que traduzam de forma mais legítima o que realmente ocorre nos bastidores da nossa existência brasileira.

    A vida do brasileiro é de mero expectador e espectador, de dentro de uma bolha imensa de milhões de seres que caminham sem “lenço e sem documento” nas avenidas da deseducação, em um mundo paralelo ao mundo daqueles que utilizam quantias gigantes expressas no primeiro parágrafo do artigo. A perplexidade me acomete, me fere, me arrepia. Existem pessoas que desconhecem temas, como; branqueamento, ocupação dos espaços geográficos no sul do Brasil com objetivo de facilitar tal política, no século XVIII e século XIX, ditaduras e sublevações nacionais, existência de quilombos de resistência, e tantas outros episódios memoriais, legados pela História.

    Isso demonstra claramente que nosso país está sob a égide de uma desigualdade feroz. Onde pessoas carregam bandeirolas, faixas e entregam os “santinhos”, mas caros do universo: 4,96 bilhões que são gastos só em campanha política para garantir a posterior a perpetuação de um poder, que em sua democracia representativa, não possui nem uma pitadinha de consensual; e tampouco  abarca  a prerrogativa do mandato imperativo, ou seja, substituição do eleito, caso sua gestão não agrade o seu eleitorado.

    Sob um monopólio de liberações políticas, nós, os eleitores; o povo, ficamos à deriva, pensando que decidimos o melhor caminho. Sim, nossa democracia é imperfeita, mas exequível, já dizia o teórico Rousseau. Para Sieyès, a representação é indispensável na sociedade moderna.

    Os teóricos pensam de forma contraditória, e a maioria da população, reitero, nem sabe sobre esta discussão. E agora? Como faremos, na qualidade de jornalistas, historiadores, formadores de opinião, para “esclarecer” tal parcela da sociedade; tão desmerecida, a respeito de tais fatos. 

    A democracia direta, é um sonho de consumo, quase utópico. E, por isso, infelizmente, o bem-estar social está - imolado - no tronco de um mundo paralelo, bem aquém dos interesses de uma casta poderosa, que atualmente disputa à cadeiradas: tronos, cetros e coroas de poder político; dentro de um outro mundo paralelo, localizado no mesmo Brasil, no Brasil dos bilhões.

    #ValReiterjornalismohistórico

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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