Um povo guerreiro e acolhedor
Estou fazendo uma imersão no interior do Amazonas e já percorri mais de 20 municípios, nas diversas calhas de rio – Negro, Solimões, Purus, Madeira, Amazonas – de Iranduba a Humaitá. Ainda faltam muitos lugares a serem visitados, mas já tenho uma imagem muito clara e definida na minha mente. Meu povo sofre pelo abandono. O interior sempre esteve carente das coisas mais básicas, mas é inquestionável que o grau de sofrimento das pessoas aumentou, em muito, beirando à tragédia.
Fui a municípios castigados pelas cheias, como em Anamã e Anori, e em outros onde falta até energia elétrica, como foi o caso de Humaitá. Em todos, as reivindicações foram sempre as mesmas: infraestrutura e logística para a economia, para escoar produção, para trabalhar e fazer o seu próprio sustento e de suas famílias. O povo quer condições para trabalhar e viver.
Cada canto do Amazonas tem uma potencialidade a ser utilizada em favor da população e da economia dos municípios, mas não há uma política efetiva, nem federal, nem estadual, para fazer que essas potencialidades sejam economias reais e consolidadas, a partir da nossa maior riqueza: a biodiversidade, que seria capaz de levar prosperidade aos amazonenses e a todos os brasileiros.
E o que mais me marcou até agora? A coragem de um povo guerreiro, alegre e disposto a enfrentar os dissabores com energia e a receber os seus com os braços abertos e muito amor no coração. Estou energizado pelo carinho que venho recebendo nessa trajetória e isso aumenta ainda mais o meu compromisso de trabalhar, trabalhar e trabalhar para o bem das pessoas do meu Amazonas.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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