Uma nova compactação republicana
Não podemos mais ter uma posição de apenas acomodação e conciliação de classes quando nosso povo está carente de saúde, educação e habitação dignas, enquanto o rentismo insaciável retira direitos dos trabalhadores, quando nosso patrimônio é entregue ao capital externo, quando as velhas e perniciosas oligarquias continuam a saquear o patrimônio público
Com o advento do golpe parlamentar de 2016, as fissuras de nossas instituições transformaram-se em erosões avassaladoras para a sociedade brasileira.
O estado democrático de Direito, a soberania nacional e o direito dos trabalhadores sofrem o mais perverso ataque do governo ilegítimo.
Urge uma nova compactação republicana, fundada na retomada imediata do amparo da soberania popular, e da defesa intransigente da soberania nacional.
Sofremos um verdadeiro e criminoso desmonte do estado brasileiro, estamos literalmente de joelhos frente aos mais espúrios interesses internacionais que visam exclusivamente nossas riquezas, em especial nosso petróleo.
A retórica vazia e falaciosa do Estado Mínimo é irresponsável socialmente e seduziu parcelas significativas de nossa sociedade. É preciso retomar o Estado de Bem-Estar, a Libertação Nacional, e o Estado indutor de Desenvolvimento.
Reformas profundas são necessárias, como por exemplo, a reforma política que estabeleça as bases de uma representação popular e que aponte o fortalecimento de partidos políticos verdadeiros e ideológicos.
Não é mais aceitável pequenos partidos como grandes negócios que, para aprovarem leis e matérias relevantes ao país, negociem cargos e emendas parlamentares convenientes às suas benesses.
Restabelecer a correta função do poder judiciário como isonômico e não como agente político e protagonista da disputa ideológica, mas sim como guardião dos direitos do cidadão e da Constituição.
Retomar definitivamente as Reformas de Base, propostas por João Goulart, que buscava saldar a dívida social que as elites brasileiras insistem até hoje em calotear nosso povo.
Não podemos mais ter uma posição de apenas acomodação e conciliação de classes quando nosso povo está carente de saúde, educação e habitação dignas, enquanto o rentismo insaciável retira direitos dos trabalhadores, quando nosso patrimônio é entregue ao capital externo, quando as velhas e perniciosas oligarquias continuam a saquear o patrimônio público.
Abolir de uma vez a educação desonesta de mera absorção e aceitação de nossas desigualdades, compreender de uma vez por todas que educação é instrumento essencial para nossa afirmação soberana libertária, e que é preciso ter uma visão humanística, solidária, em uma escola de tempo integral que atenda todas as necessidades de nossas futuras gerações, assim como sonhou Darcy Ribeiro e Leonel Brizola.
Recompactuar o Brasil e enfrentar suas verdadeiras enfermidades é solucionar e alforriar nosso povo das amarras de suas elites, e ter um Estado verdadeiramente protetor e defensor de seu povo e de nossas riquezas.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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