Viva o 8 de Março: gênero e classe juntos!
"O Dia da Mulher é um marco das conquistas de gênero em todo o mundo. É algo indissociável das conquistas e reivindicações de classe", escreve o colunista Gilberto Maringoni
Por Gilberto Maringoni, do Jornalistas pela Democracia - Só para lembrar:
- A proposta inicial da celebração de um Dia da Mulher se deu na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, celebrada em Copenhague, em 1910;
- O 8 de março foi definido como Dia da Mulher na Rússia, logo após a Revolução de 1917. A data comemora a greve das trabalhadoras da fábrica de tratores Putilov em Petrogrado (São Petersburgo), iniciada em 8 de março de 1917 (ou 23 de fevereiro, no antigo calendário juliano). A paralisação foi um dos marcos iniciais da Revolução de Fevereiro, que derrubou o czarismo e abriu caminho para a Revolução Socialista, em outubro.
- O primeiro país do mundo a estabelecer igualdade de direitos entre mulheres e homens foi a Rússia soviética;
- O primeiro país do mundo a ter uma ministra mulher foi a Rússia revolucionária. Era Alessandra Kollontai, Comissária do Povo para a Segurança Social, que seria também a primeira embaixadora do mundo, na Suécia;
- Ainda em dezembro de 1917, foi aprovado por lei o casamento civil, o divórcio e teve fim a distinção entre filhos legítimos e ilegítimos;
- A Constituição russa, de julho de 1918, garantiu o direito de voto às mulheres.
- Em dezembro daquele ano, o Código do Trabalho abolia discriminações baseadas em sexo e legalizava direitos que possibilitassem o trabalho e a militância feminina, como licença maternidade – quatro meses com salário integral - e dispensa para amamentação – 30 minutos a cada três horas.
- Em 1922, com a formação da União Soviética, esses direitos foram estendidos a todos os países que a compunham.
Em nenhum país capitalista a seu tempo as conquistas das mulheres foram tão longe e tão efetivas.
O Dia da Mulher é um marco das conquistas de gênero em todo o mundo. É algo indissociável das conquistas e reivindicações de classe.
(A ilustração é uma capa para a revista ‘Cult’ que fiz em 2017, para celebrar a Revolução de Fevereiro).
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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