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    Jean Menezes de Aguiar

    Advogado, professor da pós-graduação da FGV, jornalista e músico profissional

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    Xandão e o Brasil Patriotado

    Odiadores xandônicos têm histórias promissoras, alvissareiras e criativas, além de garantidoras de altas gargalhadas num Brasil patriotado

    Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/ABr | Ruters)

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    O Supremo está rasgando a Constituição! O Supremo é comunista!
    Só aqui juízes do Supremo são indicados pelo presidente! Constituição, não vale nada! O Nunes é do Lula, o Gilmar é da Dilma, a Rosa é do FHC, o Toffoli é do Figueiredo, assim não dá! O novo presidente do país é Xandão! Acabou a liberdade de expressão, qualquer coisa é censura!

    Todas essas lacrações absolutas e inquestionáveis – ou tolices universais- são exibidas com o orgulho de um churrasqueiro mostrando sua faca predileta, praticamente uma extensão de falo. Nalguns casos aí, a xerenga vale mais que a esposa.

    Os avalistas internetiados da estultice se popularizaram. São certezas atômicas de quem não estuda nada, nem História, nem Ciência Política, nem Direito, nada. Não tem livro de nada. Apenas vê filminhos de Utube e a praga da atualidade: mensagens reenviadas de Wsapp.

    As 7 tolices do primeiro parágrafo acima fazem parte de um conjunto verborrágico da asneirice popular. Mas contra Alexandre de Moraes é que a coisa pega. Só para ele contam-se 131268 (é senha?) acusações, ofensas, ódios, ameaças, ‘análises’ e, claro, invejas. Muitas. As abertas e declaradas, as enrustidas, as idolatrais, as mentidas. De todo jeito. As críticas vão da sua famosa alopecia androgenética (quem não?), ao fato de a bela esposa ser advogada. Berrarão enciumados eternos: como ela pode ser advogada?

    Odiadores xandônicos têm histórias promissoras, alvissareiras e criativas, além de garantidoras de altas gargalhadas num Brasil patriotado. Algumas chegam às máfias. Italiana, japonesa russa e siberiana, passando pelo SIP – Setor de Inteligência do PCC-. Infelizmente não cabe tudo aqui.

    Uma coisa chama atenção. A união ideológica nas detrações e desejos de morte de Alexandre. Há de todas as profissões, ricos, pastores, terroristas, criminosos, de tudo. Quase todos jurando a pasmaceira do amor à família, um ou outro deus de plantão e, de quebra, como troco, desejando a morte do desafeto imaginado. É a nova coerência cristã do povo brasileiro ‘gentil’. Ok.

    De qualquer sorte, não é possível que uma amplitude tão rica dessas, em diversidade, caras e mentes não queira dizer nada. Tem que dizer.

    Não se sabe como alguém não pensou em ressuscitar a prova do patriotismo, para concursos públicos, como aquela narrada pelo saudoso José Arthur Giannotti, na obra A Universidade em Ritmo de Barbárie, p. 26. Conta o pensador, que Florestan Fernandes e outros, numa comissão de expurgo da USP, já em 1964, para formação dos primeiros IPMs, foram postos em pé quase que a força para cantar o Hino Nacional, visando a provar o patriotismo. Sim, ele continua sendo essa sanha cafona e farisaica. Florestan, ali mesmo, entregou sua carta de protesto, sendo imediatamente preso. Vale a pena a íntegra da história no livro.

    O país mergulhou num caos de atraso, retrocesso e cafonice com essa idiotice de golpe de Estado e ódio polarizado por qualquer um que não agrade ao modelo próprio que se exige e quer.

    Antigamente o mimado era o garoto que berrava por qualquer coisa e exigia atenção. Atualmente é um marmanjo perigoso, preconceituoso e com traços terroristas. Ai de quem o desagrade. Ele dá ‘bom dia’ no Wsapp com imagem de um deus louro, e passo seguinte deseja a morte com a facilidade de quem bebe água.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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