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    “Até mesmo os nossos rios estão secando“, diz indígena que lidera brigada voluntária Apinajé

    São 42 mulheres indígenas voluntárias que se dedicam a combater o fogo e reflorestar as áreas que foram destruídas na Amazônia Legal

    Maria Aparecida Apinajé e seca na Amazônia (Foto: Reprodução | Agência Brasil )

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    Beatriz Bevilaqua, 247 - Na última década, o Brasil tem registrado um aumento alarmante nos focos de incêndio, afetando de maneira desproporcional algumas populações, especialmente os povos indígenas. Diante das crescentes ameaças a seus territórios, mulheres indígenas Apinajé atuam como brigadistas, sendo certificadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

    No episódio desta semana do “Brasil Sustentável”, da TV 247, entrevistamos Maria Aparecida Apinajé, uma líder inspiradora do esquadrão voluntário feminino que opera em parceria com a brigada Apinajé, no coração do Tocantins, dentro da Amazônia Legal. Maria não apenas representa a voz dos povos indígenas, mas também nos leva a uma jornada profunda sobre a biodiversidade local, revelando desafios e soluções para a preservação do nosso planeta.

    “Nesta perspectiva de cuidarmos do nosso território sagrado, buscamos valorizar nossos conhecimentos ancestrais e, com esse cuidado pela Mãe Natureza, criamos a brigada voluntária. Após um grande incêndio que devastou nosso território, decidimos agir, pois isso causou um grande desequilíbrio na nossa região", diz Maria Aparecida.

    A brigada é 100% composta por mulheres indígenas, dedicadas ao bem coletivo e à humanidade. São 42 voluntárias dedicadas a combater o fogo e reflorestar as áreas que foram destruídas na Amazônia Legal.

    “Entre 2016 e 2018, houveram grandes incêndios que resultaram na perda de muitas frutas utilizadas na medicina tradicional, como o buriti, além de afetar a confecção de artesanato e manifestações culturais. Os incêndios têm devastado vidas e nossa cultura milenar”, lamentou.

    As indígenas enfrentam seus próprios medos: o calor excessivo do fogo, a dificuldade de andar na mata fechada e a necessidade de abrir caminho. “O que falta é que os governantes abracem políticas públicas mais efetivas contra o fogo. Ele é altamente destrutivo, mata vidas humanas e muitas espécies já em extinção”, diz.

    Segundo Maria, os rios da comunidade são puros e podem ser transitados e consumidos, beneficiando as aldeias e preservando a vivência da comunidade indígena. “No entanto, até mesmo os nossos rios estão secando, e as mudanças climáticas são uma responsabilidade humana”.

    Assista na íntegra aqui:

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