BNDES e grupo Heineken investem R$ 10 milhões na restauração da Caatinga no Ceará

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, em parceria com o Grupo Heineken, o primeiro fomento estruturado da iniciativa Floresta Viva voltado para o restauro de áreas degradadas da Caatinga no Ceará. Segundo informações divulgadas pelo BNDES, o investimento total é de R$ 10 milhões, sendo R$ 5 milhões provenientes de cada parceiro. Segundo informações da agência BNDES de Notícias, a gestão dos recursos ficará a cargo do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que também será responsável pelo acompanhamento físico e financeiro do projeto.

A iniciativa abrange uma área de 340 hectares, distribuída entre a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Aratanha e o Parque Estadual das Águas, localizados nos municípios de Itaitinga, Horizonte, Pacatuba, Pacajus, Guaiúba e Aquiraz. O projeto tem como foco principal a recarga hídrica dos cursos de água que abastecem os açudes Gavião, Riachão e Pacoti, bem como o Rio Cocó. Além disso, pretende fortalecer o Corredor Ecológico do Rio Pacoti, essencial para o abastecimento de água na região metropolitana de Fortaleza.

De acordo com Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, a restauração dessas áreas não só ajudará a reforçar a segurança hídrica, mas também contribuirá para a preservação da biodiversidade da Caatinga e para o desenvolvimento de atividades sustentáveis na região. “Ao apoiar o restauro de regiões de Caatinga no Ceará, o BNDES contribui para reforçar a segurança hídrica da região, preservar a biodiversidade do bioma e apoiar atividades sustentáveis que geram renda para as populações locais, em linha com o compromisso do governo Lula de combater a pobreza e as desigualdades sociais e regionais”, afirmou.

O projeto também apoiará viveiros para a produção de mudas nativas e fomentará a criação de uma rede integrada entre organizações da sociedade civil, empresas privadas e órgãos públicos. A implementação de sistemas agroflorestais, que combinam o plantio de espécies nativas com culturas agrícolas, é outra ação prioritária, visando a geração de renda e a sustentabilidade ambiental.

Espécies ameaçadas e endêmicas do bioma, como o pau-d'arco-roxo (Handroanthus impetiginosus) e o gato-do-mato-pequeno (Leopardus emiliae), serão beneficiadas diretamente pelo projeto. A conservação desses animais e plantas contribuirá para o equilíbrio ecológico e para a manutenção dos serviços ambientais essenciais da Caatinga.

Breno Aguiar de Paula, coordenador de Sustentabilidade do Grupo Heineken, destacou a importância cultural e ambiental da iniciativa. “Essa iniciativa reflete nosso cuidado com a Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro, rico em biodiversidade e cheio de potencial para preservar importantes serviços ambientais, como a oferta de água”, afirmou.

Rosa Lemos de Sá, secretária-geral do Funbio, também ressaltou a importância do projeto para o equilíbrio do ecossistema local. “Na natureza tudo está conectado e a atuação da iniciativa Floresta Viva no Ceará trará benefícios diretos para a restauração da vegetação nativa da Caatinga e, por consequência, contribuirá para a segurança hídrica da região”, declarou.

A iniciativa Floresta Viva, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, busca combater e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A meta global do programa é restaurar entre 25.000 e 35.000 hectares de áreas degradadas ao longo de sete anos, retirando entre 8 e 11 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera.

Com previsão de execução em até 48 meses, o projeto é mais um passo significativo na preservação de um dos biomas mais importantes e ameaçados do Brasil, unindo esforços do setor público, privado e da sociedade civil para garantir um futuro mais sustentável para a Caatinga e suas comunidades.