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    BNDES lança estudo completo sobre descarbonização da indústria de base

    Estudo do BNDES detalha estratégias para reduzir emissões, destaca vantagens competitivas do Brasil e aponta necessidade de políticas públicas robustas

    (Foto: ABR | Divulgação )

    247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o lançamento da íntegra do estudo Descarbonização da Indústria de Base, uma análise detalhada sobre as rotas e desafios para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos principais setores industriais do Brasil.

    O material foi desenvolvido a partir das discussões do Seminário de Descarbonização da Indústria de Base, evento que reuniu representantes de setores como cimento, fertilizantes, siderurgia, química, base florestal e mineração. Também participaram acadêmicos, membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.

    O livro está disponível na biblioteca digital do BNDES. Clique aqui para baixá-lo.

    Segundo o BNDES, a publicação busca consolidar o conteúdo "profundo e diversificado" debatido no seminário, abordando desde as características produtivas de cada setor até a identificação de suas fontes de emissões e as estratégias adotadas para avançar na agenda de descarbonização. Casos de sucesso também são apresentados, ilustrando trajetórias possíveis para alcançar uma economia de baixo carbono.

    Cenários climáticos e políticas públicas

    O estudo apresenta os principais cenários climáticos para a economia brasileira e aponta a necessidade de instrumentos de política robustos para impulsionar o tema. Entre as estratégias discutidas estão o financiamento e o compartilhamento de risco, a internalização do custo de carbono por meio de mercados regulados e a implementação de mecanismos de ajuste de fronteira.

    De acordo com a publicação, essas ações são fundamentais para garantir investimentos em setores industriais que operam com alta ociosidade e para viabilizar plantas que incorporem tecnologias emergentes de baixo carbono, como o hidrogênio verde e o biometano. "O avanço das rotas tecnológicas dependerá diretamente da capacidade de investimento dos agentes e do suporte oferecido por políticas públicas adequadas", destaca o estudo.

    Diferenciais competitivos do Brasil

    O documento também ressalta que a indústria de base brasileira possui vantagens estratégicas significativas, como uma matriz energética predominantemente renovável, reservas minerais de alta qualidade e ampla disponibilidade de biomassa sustentável. Esses fatores, segundo o BNDES, tornam a produção brasileira, em muitos casos, menos intensiva em carbono do que a de outros países com tecnologias semelhantes.

    No entanto, o banco alertou que ainda há um longo caminho a percorrer para atingir as metas globais de neutralidade de carbono. "Apesar dos avanços realizados, é essencial ampliar os investimentos em inovação tecnológica, fomentar parcerias internacionais e criar condições para a integração de novas tecnologias aos processos industriais", afirma o estudo.

    Agenda para o futuro

    Para superar os desafios, o estudo defende a necessidade de fortalecer a cooperação internacional e o financiamento de iniciativas que promovam maior eficiência operacional e ambiental. O BNDES reforçou que "a conscientização sobre a urgência das mudanças climáticas é uma condição indispensável para viabilizar os investimentos transformadores necessários para a transição energética no Brasil".

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