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    'Brasil tem consciência de que só há um futuro se for sustentável', diz Alckmin na COP29

    Vice-presidente destaca compromisso ambiental e metas de redução de emissões na Conferência do Clima em Baku, Azerbaijão

    Geraldo Alckmin (Foto: Reuters/Maxim Shemetov)

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    247 - Na abertura do segmento de alto nível da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada em Baku, Azerbaijão, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), discursou representando o presidente Lula (PT). Alckmin reafirmou o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável e as metas ambientais, ressaltando que o país tem "consciência e comprometimento de que só há um futuro se for sustentável".

    Ao abordar o histórico da Convenção do Clima desde 1992, no Rio de Janeiro, Alckmin destacou que cada etapa representa avanços e desafios para o multilateralismo na busca por soluções climáticas. "Estamos em Baku para definir um novo objetivo de financiamento climático que deve ser ambicioso o suficiente para conter o aumento da temperatura global a 1,5º C", afirmou, enfatizando a importância de finalizar as negociações sobre o mercado de carbono e garantir que os compromissos históricos firmados na COP28 sejam implementados.

    O vice-presidente brasileiro pontuou que o Brasil, reconhecido como potência ambiental e líder em segurança alimentar, é também uma das economias com a matriz energética mais limpa do mundo. "Temos a maior floresta tropical, uma agricultura eficiente e verde, e estamos implementando o Plano Clima, que guiará nossas políticas climáticas até 2035", destacou Alckmin. Esse plano, segundo ele, reflete o compromisso do país em liderar uma "nova economia global" baseada em energias renováveis e na redução de desigualdades sociais.

    Pacto pela Transformação Ecológica e NDC brasileira - Alckmin anunciou o Pacto pela Transformação Ecológica, firmado entre os três poderes do Estado brasileiro e com apoio da sociedade civil. Ele explicou que a participação social é essencial para a implementação efetiva do pacto e para que as metas climáticas sejam cumpridas com rigor.

    O vice-presidente também apresentou a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, estabelecendo uma meta de redução de até 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2035, em comparação aos níveis de 2005. “Nossa meta é ambiciosa, mas factível”, destacou, apontando que a colaboração internacional será necessária para garantir os recursos e meios de implementação dessa meta. Alckmin sublinhou que a NDC brasileira vai além de uma simples meta de emissões: "reflete a visão de um país que se volta para o futuro e que está determinado a ser protagonista da nova economia global, com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável",

    Expectativa para a COP30 em Belém - Ao encerrar seu discurso, Alckmin destacou a importância do sucesso da COP29 como preparação para a COP30, que será realizada em 2025 em Belém, no Brasil. Ele ressaltou que a resposta à crise climática exige ações imediatas, pois "a omissão do agora custará muito para o depois". Em tom de convite, afirmou: “Em nome do Presidente Lula, espero ver todos no próximo ano no Brasil”.

    Leia o discurso na íntegra: 

    Senhoras e Senhores,

    O percurso e os esforços diplomáticos da Convenção do Clima, iniciados em 1992, no Rio de Janeiro, Brasil, nos trazem agora a Baku no Azerbaijão, para a COP29. Cada uma das etapas desse caminho representa avanços e hesitações do multilateralismo na tarefa de atingir metas ambientais comuns e na capacidade de estarmos à altura dos desafios.

    A Conferência de Baku aspira a definir o novo objetivo de financiamento climático. Esse objetivo deve ser ambicioso de modo a limitar o aumento da temperatura a 1,5º graus Celsius.

    Baku tem também o desafio de finalizar as negociações do mercado de carbono e orientar o caminho para a implementação dos compromissos históricos atingidos na COP 28, em particular sobre energia e florestas.

    O Brasil é reconhecido como uma potência ambiental, mas também líder na segurança alimentar. Temos a maior floresta tropical do mundo, temos a matriz energética mais limpa entre as grandes economias, uma agricultura eficiente e verde e, sobretudo, temos a consciência e o comprometimento de que só há um futuro se for sustentável.

    Estamos implementando o Plano Clima, que servirá como guia da política climática brasileira até 2035.

    Firmamos também o Pacto pela Transformação Ecológica entre os três Poderes do Estado brasileiro, para a implementação do qual é fundamental a adesão da sociedade civil.

    Precisamos de medidas concretas, no ritmo necessário. Terei a honra de apresentar, nessa COP29, a NDC do Brasil. Nossa meta reflete nossa mais alta ambição, a redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005. Ambiciosa, certamente, mas também factível. Para isso, entretanto, precisaremos, juntos, assegurar as condições e meios de implementação adequados.

    Nossa NDC é muito mais do que simplesmente uma meta de redução de emissões para 2035: reflete a visão de um país que se volta para o futuro e que está determinado a ser protagonista da nova economia global, com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável.

    O sucesso da COP29 é parte fundamental para o sucesso da COP30, que teremos o orgulho de sediar em Belém, no Brasil, mas também para a resposta global à mudança do clima. A omissão do agora custará muito para o depois.

    Em nome do Presidente Lula, I hope to see you next year in Brazil.

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