"China apresenta melhorias concretas para a população", diz jornalista sobre ações contra crise climática
De Pequim, jornalista Guilherme Paladino conta os avanços do país em transição energética e desenvolvimento de cidades inteligentes
Beatriz Bevilaqua, 247 - Até pouco tempo atrás a ideia que tínhamos da China era de um país altamente industrializado e também bastante poluído e cinzento. Mas, hoje, o país se destaca como líder em inovação e sustentabilidade, impulsionando a transição energética, a logística do transporte público e o desenvolvimento de cidades inteligentes. Neste episódio do programa “Brasil Sustentável”, o jornalista Guilherme Paladino, correspondente do 247 em Pequim, conta a perspectiva chinesa por trás de tantos avanços. “A percepção de que a China é um país caótico não reflete a realidade. Nos últimos dez anos, o país passou por uma revolução em organização e desenvolvimento sustentável. As ruas estão extremamente limpas, praticamente não há sujeira. Além disso, aqui temos arquiteturas grandiosas, demonstrando uma preocupação com a estética e um urbanismo contemporâneo”, disse Paladino.
A China não se destaca apenas na infraestrutura; sua transição energética também está avançando rapidamente. Um estudo da Global Energy Monitor (GEM), uma ONG dedicada ao monitoramento do setor energético global, revelou que a quantidade de projetos de energia eólica e solar em construção no país é quase o dobro da soma de todos os projetos em andamento no resto do mundo. Essa impressionante realidade foi publicada este ano pelo The Guardian.
“Eles têm uma preocupação intensa com a transição energética. Conheci o Instituto de Pesquisa de Energia Limpa do Grupo Huaneng, que é a empresa estatal chave e maior do setor de energia da China. O Instituto abriga 17 departamentos especializados, 5 plataformas de pesquisa e desenvolvimento a nível nacional e 12 laboratórios. Um desses núcleos, inclusive, tem como seu objetivo principal desenvolver hidrogênio verde, que é um tema muito caro ao Brasil na atualidade”, disse Paladino.
Huaneng também foi responsável pela construção da primeira instalação de captura de gás carbônico do mundo, com capacidade para 100 mil toneladas anuais em usinas termoelétricas a carvão, em 2009. Já em 2023, o grupo começou a construção da maior planta de captura de CO2 pós-combustão do mundo, com uma capacidade anual de 1,5 milhão de toneladas. O jornalista afirma que todos esses resultados são reflexo de um governo forte que colabora ativamente com suas empresas. “A China está se consolidando como protagonista na transição energética, e o Brasil também deseja ocupar esse papel. Portanto, é fundamental analisarmos as estratégias que a China vem adotando”, explicou.
Durante a entrevista, também houve espaço para falar sobre a importância de investimentos em pesquisa acadêmica e valorização dos pesquisadores chineses. Esses esforços trazem resultados significativos tanto para o setor agrícola quanto para a urbanização. “Um exemplo notável é o projeto de revitalização de Pequim, que transformou a cidade de uma das mais poluídas do mundo, em uma das principais cidades inteligentes globalmente, com um ar consideravelmente mais limpo. Essa mudança, que ocorreu em apenas uma década, é resultado de um planejamento estratégico e da integração de investimentos em pesquisa”, avaliou.
É comum subestimar a importância do financiamento em pesquisa universitária e sua relação com a qualidade de vida da população. Segundo Paladino, o Brasil enfrenta problemas como queimadas e enchentes devido a diminuição dos investimentos em educação e pesquisa. “Além disso, muitas vezes as vozes dos pesquisadores são ignoradas em favor de interesses de lobby no Congresso, o que evidencia uma desconexão entre políticas públicas e expertise técnica”, criticou.
O jornalista se impressiona com o grau de eficiência do país, onde o governo realiza planejamentos cuidadosos e escuta especialistas. O que é planejado é executado de forma eficaz, resultando em melhorias concretas para a população. Confira a conversa na íntegra sobre todas as principais ações na China para diminuir o impacto das mudanças climáticas:
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