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    China mira 60% de capacidade de energia renovável, mas crescimento da solar deve desacelerar

    Meta ambiciosa reflete compromisso com descarbonização, mas diretrizes também reforçam produção de combustíveis fósseis

    (Foto: Freepik)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – A China pretende atingir cerca de 60% de sua capacidade total de geração de energia a partir de fontes não fósseis até o fim de 2025, segundo novas diretrizes divulgadas pela Administração Nacional de Energia (NEA, na sigla em inglês) em 27 de fevereiro. A informação foi publicada pelo portal Caixin. O plano representa um aumento em relação à marca de 56,9% alcançada ao final de 2024 e reflete o compromisso chinês com a transição energética e a descarbonização da economia.

    As diretrizes também preveem que a participação das fontes não fósseis no consumo total de energia do país atinja aproximadamente 20% ainda em 2025. Em 2024, essa parcela foi de 19,7%, representando um aumento de 1,8 ponto percentual em relação ao ano anterior, de acordo com o Security Times.

    Contudo, apesar da expansão das energias renováveis, o governo também determinou o aumento da produção de carvão, petróleo e gás, reforçando a segurança energética do país. Segundo a NEA, os estoques de petróleo e gás também devem ser elevados.

    Expansão da energia solar desacelera

    Após um crescimento acelerado nos últimos cinco anos, a expansão da energia solar na China deve desacelerar. Segundo Wang Bohua, presidente honorário da China Photovoltaic Industry Association (CPIA), o país deve instalar entre 215 e 255 gigawatts (GW) de painéis solares em 2025, abaixo dos 277,57 GW adicionados em 2024. A previsão foi apresentada por Wang durante uma conferência da CPIA.

    A redução no ritmo de crescimento se deve a diversos fatores, incluindo uma nova política que permite que o mercado determine os preços da energia solar e eólica, afirmou Wang. As diretrizes da NEA estabelecem metas para expansão das capacidades de energia eólica e solar em mais de 200 GW para 2025, uma queda significativa em relação aos 360 GW adicionados no ano anterior.

    Exportação de turbinas eólicas bate recorde

    Enquanto o crescimento da energia solar desacelera, os fabricantes chineses de turbinas eólicas estão ampliando sua presença no mercado global. De acordo com um relatório publicado pela China Wind Energy Association em 28 de fevereiro, um total de 904 turbinas eólicas foram exportadas pelo país em 2024, com capacidade combinada de 5,2 GW — um aumento de 41,7% em relação ao ano anterior.

    A grande maioria dessas exportações (98%) consistiu em turbinas onshore, destinadas a parques eólicos terrestres. A consultoria dinamarquesa Brinkmann projetou que a capacidade total de exportações de turbinas chinesas deve crescer exponencialmente, passando de menos de 10 GW nos últimos 12 anos para mais de 100 GW na próxima década. O crescimento será impulsionado, principalmente, pela demanda de países em desenvolvimento, uma vez que a presença das fabricantes chinesas nos mercados dos Estados Unidos e da União Europeia deve permanecer limitada.

    China apresenta navios gigantes para instalação de turbinas offshore

    Na província de Jiangsu, no leste da China, foram entregues dois megainstaladores de turbinas eólicas offshore, desenvolvidos pela estatal Power Construction Corp. of China Ltd. (PowerChina). A cerimônia de lançamento ocorreu em 26 de fevereiro na cidade de Nantong, segundo a empresa.

    O primeiro navio, batizado de Zhigao, possui um guindaste capaz de levantar cargas de até 3.600 toneladas e girar 360 graus, facilitando a montagem de turbinas de grande porte. O segundo, chamado Zhiyuan, é uma embarcação de instalação equipada com quatro pilares de suporte que se fixam no leito marinho em águas de até 70 metros de profundidade, criando uma plataforma estável para a montagem das turbinas, que podem atingir 170 metros de altura.

    Com esses novos navios, a instalação de turbinas offshore pode ser reduzida para apenas dois a três dias por unidade, afirmou Qin Dachao, gerente da PowerChina, em entrevista à Jiangsu Satellite TV. Segundo Xu Pengcheng, vice-gerente geral da PowerChina, as embarcações aumentarão a competitividade da empresa na construção de parques eólicos offshore e fortalecerão a cadeia industrial de energia eólica da China.

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