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Cultivo Celular: Brasil lidera revolução alimentar que pode frear o desmatamento e reduzir emissões

Vice-presidente de Políticas Públicas do The Good Food Institute (GFI), Alexandre Cabral, fala sobre os avanços em relação às proteínas alternativas

Alexandre Cabral, Vice-presidente de Políticas Públicas do The Good Food Institute (GFI), e desmatamento na Amazônia (Foto: Reprodução | Agência Brasil )

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Beatriz Bevilaqua, 247 - A pecuária é responsável pela emissão de uma quantidade de carbono equivalente à gerada por todos os meios de transporte do mundo juntos. Além disso, entre 90% e 99% do desmatamento tropical é impulsionado pela expansão dos rebanhos, segundo dados do Observatório do Clima. Em resposta a essa realidade, o Brasil se destacou ao apresentar este ano o PL 3357/2024, primeiro projeto de lei global que visa promover a produção de alimentos por meio de cultivo celular. No episódio desta semana do “Brasil Sustentável”, da TV 247, entrevistamos Alexandre Cabral, Vice-presidente de Políticas Públicas do The Good Food Institute (GFI), uma das principais organizações mundiais voltadas para o avanço das proteínas alternativas.

“Se temos uma população enorme, precisamos de um número igualmente grande de animais para alimentá-las, mas essa equação não fecha. O mundo permanece do mesmo tamanho, enquanto a população e o rebanho crescem. Atualmente, metade da terra habitável no planeta é utilizada para a agricultura, mas, dentro dessa metade, 80% é destinada à criação de animais. Desses 80%, conseguimos obter apenas 18% das calorias que consumimos”, afirmou.

A implementação de um marco regulatório para alimentos de cultivo celular no Brasil pode transformar radicalmente a maneira como o mundo produz e consome alimentos. De acordo com o GFI, as proteínas alternativas, como a carne cultivada em laboratório, poderão representar até 35% do mercado de carnes até 2040, gerando bilhões de dólares em receitas e reduzindo significativamente os impactos ambientais da pecuária convencional. Com a aprovação do PL 3357/2024, o Brasil tem a oportunidade de se destacar nesse movimento global, assegurando que sua produção alimentar se torne cada vez mais sustentável, eficiente e segura para as próximas gerações.

“Se o mundo inteiro adotasse dietas baseadas exclusivamente em plantas, poderíamos eliminar 75% da necessidade de terra ao retirarmos os animais da equação. As mudanças climáticas estão presentes, e precisamos agir; a transformação do sistema alimentar é fundamental nesse processo. Acredito que esse será também um dos principais temas debatidos na COP30 do próximo ano, que ocorrerá no Brasil, no Pará”, disse.

Durante a conversa, Cabral destacou a importância das inovações na produção de alimentos e os impactos positivos que elas podem ter no meio ambiente e na saúde pública. “Talvez sejamos a última geração a comer da mesma forma que nossos pais. Nossos filhos terão que mudar seus hábitos alimentares, pois não haverá espaço suficiente no planeta para alimentar tanta gente com animais. A carne cultivada, por exemplo, oferece também mais segurança alimentar”, explicou.

Assista à entrevista na íntegra:

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