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    Financiamento industrial é o caminho para transição ecológica do Brasil, aponta Rafael Luchesi

    Para o presidente do Conselho de Administração do BNDES, é preciso quebrar o mito de que o uso de fundos públicos compromete a sustentabilidade fiscal

    Rafael Luchesi (Foto: Miguel Ângelo/CNI)

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    247 - O presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), RafaelLuchesi, defendeu nesta segunda-feira (23), a importância do financiamento público para impulsionar a transição ecológica e modernizar o parque industrial brasileiro. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Luchesi destcou que países como os Estados Unidos e membros da União Europeia lideram esse movimento com pacotes bilionários, como o Inflation Reduction Act e o European Green Deal, que contam com grandes subsídios governamentais. Contudo, Lucchesi aponta que o Brasil enfrenta desafios significativos devido a limitações fiscais e ao Custo Brasil. A falta de financiamento adequado e a obsolescência tecnológica são alguns dos maiores entraves para a competitividade da indústria brasileira.

    Lucchesi ressalta o papel estratégico de instituições como o BNDES e a Finep no apoio à inovação e modernização industrial, especialmente no contexto da transição ecológica. Enquanto o parque industrial de países desenvolvidos renova seu maquinário a cada cinco a sete anos, o Brasil opera com uma média de 14 anos de defasagem tecnológica, o que impacta negativamente a eficiência e a competitividade do setor. Para enfrentar essa realidade, o BNDES ampliou suas linhas de crédito, voltadas à compra de equipamentos sustentáveis e ao financiamento de projetos de exportação e inovação tecnológica, destacando seu compromisso com o desenvolvimento industrial sustentável.

    Outro ponto crucial destacado por Lucchesi é a necessidade de quebrar o mito de que o uso de fundos públicos compromete a sustentabilidade fiscal. O BNDES, ao contrário de depender do Tesouro Nacional, é credor líquido, prevendo transferir R$ 46,2 bilhões à União entre 2023 e 2024. Além disso, fundos como o Fundo Clima e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico são sustentáveis financeiramente, contando com receitas próprias, como royalties do petróleo e emissões soberanas internacionais, garantindo que suas operações não onerem o governo. Segundo Lucchesi, essa estrutura de financiamento é fundamental para que o Brasil avance na transição ecológica e se insira de forma competitiva na economia global.

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