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    Itaipu inicia implantação de usina solar flutuante no reservatório

    Projeto experimental no lado paraguaio terá 2 mil painéis fotovoltaicos e capacidade de 1 MWp, podendo servir de base para novas instalações na região

    Ordem de serviço para instalação da usina solar flutuante no reservatório de Itaipu foi assinada nesta quinta-feira (13) pelos diretores-gerais da Binacional Enio Verri (Brasil) e Justo Zacarias Irún (Paraguai) (Foto: Sara Cheida/Itaipu Binacional)
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    247 - A Itaipu Binacional autorizou nesta quinta-feira (13) a instalação de uma usina solar flutuante no reservatório da hidrelétrica. O projeto-piloto prevê a implantação de aproximadamente dois mil painéis fotovoltaicos em uma área de até 10 mil metros quadrados, no lado paraguaio da usina. A iniciativa tem caráter experimental e busca avaliar a viabilidade técnica e ambiental desse tipo de geração de energia. A ordem de serviço foi assinada pelos diretores-gerais da Itaipu, Enio Verri (Brasil) e Justo Zacarias Irún (Paraguai), e pelos representantes do consórcio binacional responsável pela obra, Sunlution-Luxacril.

    Com capacidade de 1 MWp (megawatt-pico), a usina solar flutuante poderá abastecer cerca de 650 residências e atender parte do consumo dos escritórios da própria Itaipu. De acordo com Enio Verri, a iniciativa visa estudar os benefícios do sistema, que pode ser ampliado futuramente. “A compreensão do nosso governo é que a energia elétrica é uma política de inclusão social. As pessoas que têm acesso à energia elétrica podem ter uma geladeira, podem ter outro eletrodoméstico, podem ter qualidade de vida. E o Brasil tem essa grande vantagem: somos o maior produtor de energia hidrelétrica do mundo”, afirmou.

    O CEO do grupo KWP Energia/Sunlution, Ediléu Cardoso Jr., destacou o potencial de expansão dessa tecnologia. Segundo ele, apenas 10% da lâmina d’água do reservatório seriam suficientes para instalar uma usina solar com 14 mil MW de potência, equivalente à geração da própria Itaipu. “Quando se fala de uma usina dessa dimensão, com uma empresa binacional, esse é o primeiro projeto que se faz [no mundo]. Então é um passo muito importante para iniciar uma trajetória de crescimento e trazer uma nova fonte de geração em grande escala”, ressaltou.

    Entre as vantagens do sistema flutuante, o engenheiro Márcio Massakiti, da Assessoria de Energias Renováveis do lado brasileiro, apontou a preservação ambiental. Como os painéis ficam sobre a água, não há necessidade de desmatamento ou uso de terras agrícolas para sua instalação. Além disso, a estrutura ajuda a reduzir a evaporação da água do reservatório e a mitigar a formação de algas, contribuindo para o equilíbrio ecológico.

    O contrato com o consórcio Sunlution-Luxacril foi firmado por US$ 854,5 mil, um deságio de 11,72% em relação ao valor previsto no edital. O projeto inclui a entrega do sistema elétrico, controle e instrumentação, além da construção e montagem dos equipamentos. O prazo para a conclusão da obra é de 150 dias, com outros 180 dias destinados à assistência técnica, treinamento e avaliação final da planta. “Nós estamos trazendo para Itaipu o que há de mais moderno no mundo em relação a usina solar flutuante”, garantiu Cardoso Jr.

    Se os estudos indicarem bons resultados, a usina poderá servir de base para novas instalações em reservatórios do Brasil e do Paraguai, consolidando o uso da energia solar como complemento à matriz hidrelétrica.

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