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    Jean Paul Prates defende eletromobilidade para transporte público gratuito e sustentável

    Para o ex-presidente da Petrobras, é preciso uma reconfiguração urbana que priorize corredores exclusivos para ônibus elétricos

    Ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (Foto: Reprodução/YouTube)
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    247 - Durante entrevista concedida à jornalista Denise Rothenburg, no programa Frente a Frente, o ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, apresentou uma visão ampla e estratégica para a eletromobilidade no Brasil. Prates defendeu que a transição para veículos elétricos não deve se restringir à aquisição de automóveis caros por uma elite privilegiada, mas sim servir como ferramenta para democratizar o acesso ao transporte público de qualidade.

    “Para que serve a eletromobilidade no Brasil, se for só para quem tem muito dinheiro comprar um carro novo diferente? Não faz grande papel”, afirmou. Ele argumentou que a verdadeira utilidade da eletromobilidade reside em impulsionar sistemas de transporte público eficientes, não tarifados e sustentáveis, moldados por uma reconfiguração urbana que priorize corredores exclusivos para ônibus elétricos.

    Transporte público gratuito como meta

    Prates explicou que, embora o conceito de transporte público "gratuito" seja um tanto figurativo – já que nada é realmente de graça –, ele pode ser viabilizado como um serviço público essencial, ao estilo de hospitais e escolas públicas. “A tendência será que você vai ter uma tarifa cada vez menor e, ao longo de uma década, consiga chegar a zero, dados os ganhos tecnológicos, operacionais e econômicos da eletromobilidade”, destacou.

    Para isso, ele sugere que o Brasil aposte em uma infraestrutura robusta que integre veículos elétricos de grande porte para transporte coletivo e modais menores para a chamada "última milha" – o trecho final da jornada de deslocamento dos usuários.

    A vocação do Brasil para a energia limpa

    Prates também enfatizou a vantagem competitiva brasileira no desenvolvimento de energias renováveis e biocombustíveis. Segundo ele, o Brasil possui terra abundante tanto para produção de alimentos quanto para plantio de culturas energéticas, o que o diferencia de regiões como a Europa, onde as restrições territoriais e climáticas são mais severas.

    “Nós somos líderes em tecnologias de segunda e terceira geração de biocombustíveis, como etanol, metanol e biodiesel”, ressaltou. Ele também abordou o potencial do país para produzir hidrogênio verde – obtido por meio da separação de moléculas de água utilizando energia renovável. No entanto, reconheceu os desafios associados ao custo dessa tecnologia, que precisa ser competitiva frente à geração direta de energia elétrica.

    No contexto da energia renovável, Prates citou a possibilidade de veículos “movidos a sol” ou “movidos a vento” no Nordeste brasileiro, explorando a rica matriz energética solar e eólica da região.

    Flexibilidade e inovação tecnológica

    Outro ponto levantado foi o papel do hidrogênio como vetor energético capaz de viabilizar o transporte de energia em escala global. “O hidrogênio dá flexibilidade e liquidez, literalmente, nos dois sentidos – econômico e físico. Ele pode ser exportado, transportado do norte para o sul, do sul para o leste, enfim, atendendo às demandas do mercado internacional”, explicou.

    A visão de Jean Paul Prates reforça o papel estratégico do Brasil no cenário global de energias limpas e destaca a necessidade de alinhar as inovações tecnológicas à inclusão social. Com a eletromobilidade voltada para o coletivo, o país tem a oportunidade de não apenas reduzir emissões, mas também transformar a mobilidade urbana em um direito universal.

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