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      Lula visita obras em Belém para a COP 30 e elogia: ‘estou satisfeito com o que vi’

      “Eu saio daqui com a certeza de que a gente vai fazer a melhor COP já realizada na história", disse o presidente

      Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita às obras do Parque da Cidade, espaço que sediará a programação da COP30. Parque da Cidade, Belém-PA. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (14) que está satisfeito com o avanço das obras para receber a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, que ocorre em novembro, em Belém. Acompanhado do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), do prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), e de ministros do governo federal, Lula acompanhou uma inspeção às obras do Parque da Cidade.

      “Eu vim aqui para fazer uma fiscalização e estou satisfeito com as coisas que eu vi. Não é fácil tomar uma decisão de fazer um evento da magnitude de uma COP no estado do Pará ou qualquer outro que não fosse São Paulo ou Rio de Janeiro. São estados que têm uma estrutura hoteleira muito maior do que qualquer outra parte do Brasil, que estão mais preparados para muitas coisas do que o restante do Brasil. Por isso são os estados mais desenvolvidos do Brasil. Por isso ninguém reclamaria: ‘Helder, eu gosto do Pará mas não vou fazer no Pará’. Da mesma forma foi a Copa do Mundo. O estado do Norte que deveria receber a Copa era o Pará. Eu sabia disso, mas quem escolheu foi a Fifa, e eles escolheram o Amazonas, por razões óbvias que vocês conhecem”, disse.

      Segundo Lula, muitas pessoas duvidaram da capacidade do Pará de receber o evento. “Quando eu escolhi fazer aqui, muita gente achava que era uma loucura fazer a COP no Pará. A COP não é uma coisa nossa, é uma coisa da ONU. A ONU escolheu o Brasil para fazer, mas quem manda é a ONU. Eu escolhi o Pará para fazer, mas que manda é a ONU. O Helder escolheu Belém para ser a sede, mas quem manda é a ONU. Então é um evento que o Brasil está administrando mas é organizado pelas Nações Unidas”, explicou.

      O presidente relembrou os debates a respeito do legado que grandes eventos deixam para as cidades e afirmou que o Brasil precisa parar de ser “tacanha”.”Por que eu escolhi Belém? Tinha ido em 1981 visitar Barcelona, que fez as Olimpíadas de 1992, e eu comecei a ver a transformação que a cidade sofreu. Fiquei pensando: por que o Brasil não pode fazer esses eventos internacionais? Vocês estão lembrados do resultado da Copa do Mundo de 2014, do massacre que sofremos pela internet contra a realização da Copa do Mundo. Tudo muito mais pela internet. Era porque ‘a gente quer escola padrão Fifa’, ‘quer saúde padrão Fifa’, e foi criando um clima de animosidade contra a Copa do Mundo que o Brasil pensou até em desistir. E qualquer outro evento que a gente tente fazer sempre vai acontecer aquelas pessoas que dizem: ‘por que gastar dinheiro nisso?’, ‘por que investir dinheiro nisso?’. É porque esse país precisa parar de ser pequeno, tacanha”, criticou.

      Na sequência, Lula disse que defendeu o Pará como sede da COP para permitir que o estado se desenvolvesse.  Esse país é grande, precisa ter coragem de levantar o pescoço e dizer que quer fazer as coisas, porque nós queremos mostrar o Brasil do jeito que ele é. O estado do Pará é um estado importante deste país, que lutou muito por sua independência. Por que os outros podem fazer e ele não? Então eu resolvi que o estado do Pará iria fazer a COP, até porque se a gente não faz isso só os mesmos estados se desenvolvem”.

      Segundo o presidente, os investimentos para receber o evento não são “dinheiro jogado fora”. “Ora, não é dinheiro jogado fora. A quantidade de canais que estão sendo feitos, drenagens, saneamento básico, instalações novas; é uma coisa que vai ficar para o estado do Pará e para o povo de Belém. Algumas coisas não vão ficar porque são provisórias, mas muitas vão ficar. O que é importante é que depois o prefeito trate de fazer as coisas que ficaram sejam bem utilizadas pela população”, defendeu.

      Lula disse que tem o objetivo de fazer a “Melhor COP da história” e fazer com que o mundo conheça a Amazônia e o Pará. “Eu saio daqui com a certeza de que a gente vai fazer a melhor COP já realizada na história de todas as COPs. Todas as COPs que acontecem em qualquer país do mundo - eu fui na primeira, em 2009, em Copenhagen - têm como tema central a Amazônia. E aí você pergunta para o cara: ‘você conhece a Amazônia?’. ‘Não’. E por que dá tanto palpite sobre a Amazônia. Então eu resolvi ser desaforado. Essa COP vai ser na Amazônia para vocês conhecerem a Amazônia tal como ela é, conhecer o povo do Pará tal como ele é”.

      O presidente também falou sobre a importância de preservar a Amazônia e voltou a criticar a falta de financiamento dos países ricos para alcançar esse objetivo. “Nós queremos proteger [a Amazônia], mas a gente tem que saber que embaixo de cada copa de árvore tem um ser humano que mora lá. São 29 milhões de pessoas que moram na Amazônia e os ricos têm que fazer financiamento. Prometeram US$100 bilhões em 2009 e não deram. Ficamos atrás de US$300 milhões e não deram. E agora a conta é US$1,3 trilhão e não vão dar, porque o presidente dos Estados Unidos já não assinou o Protocolo de Kyoto, agora saiu do Acordo de Paris e acho que não vai vir aqui, porque eles não querem compromisso”, criticou.

      “Quem quer compromisso somos nós, que acreditamos na ciência, que o mundo está em uma situação difícil, que temos medo porque está chovendo muito onde não chovia, que está fazendo muita seca onde sempre choveu, que as queimadas estão exageradas, que lugar que fazia calor está fazendo frio e lugar que fazia frio está fazendo calor. Quem tem juízo sabe que o planeta está vivendo atitudes irresponsáveis; e nós queremos cumprir a nossa parte”, completou.

      Por fim, Lula reforçou a meta de zerar o desmatamento no bioma até 2030. “Nós assumimos a responsabilidade de diminuir o desmatamento a zero até 2030. Ninguém pediu. Nós decidimos. Nós decidimos porque queremos mostrar para eles que nós não somos ricos como vocês, mas temos mais responsabilidade do que vocês e queremos cuidar do nosso povo com o planeta limpo, queremos o ar saudável, água boa para beber e não queremos calor exagerado”, concluiu.

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