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    “O Brasil tem tudo para avançar na agenda climática como líder no setor de energia”, diz Izabella Teixeira

    Ex-ministra do Meio Ambiente destaca oportunidades e desafios do Brasil na transição energética e na liderança global em energias renováveis

    Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente e presidente do Comitê de Sustentabilidade da Ambipar (Foto: Reprodução Youtube (Lide TV))

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    247 – Durante um evento empresarial promovido pelo Lide em Lisboa, Izabella Teixeira, co-presidente do International Resource Panel da ONU e presidente do Comitê de Sustentabilidade da Ambipar, ressaltou a relevância estratégica do Brasil no cenário climático internacional. “O Brasil é um país com condições de avançar na agenda climática como líder do setor de energia”, afirmou, abordando os desafios e as oportunidades que o país enfrenta para assumir esse protagonismo global em um contexto pós-Acordo de Paris.

    Izabella destacou que a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) em Belém, no Brasil, será um ponto-chave para redefinir um novo ciclo de ambições em mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Segundo ela, isso traz uma grande responsabilidade para o Brasil, que precisa lidar com a complexidade geopolítica e de inovação envolvida. “Precisamos que o país se coloque de forma proativa, atuando como um provedor de soluções climáticas e exercendo um soft power solidário”, enfatizou.

    Potencial da Matriz Energética Brasileira

    Teixeira destacou que o Brasil possui uma posição confortável em sua matriz elétrica, que é composta por cerca de 93% de fontes renováveis, mas frisou que a rapidez das transformações tecnológicas exige uma resposta estratégica. “A discussão internacional gira em torno da transição dos combustíveis fósseis, e o Brasil precisa adaptar-se a essa nova realidade, ao mesmo tempo em que explora oportunidades nas energias solar e eólica, incluindo a offshore, onde a China domina a tecnologia”, explicou.

    A especialista mencionou que o Brasil já instalou 9 GW de capacidade centralizada em energia solar e que o potencial para expansão é significativo. Contudo, ela lembrou que a exploração de petróleo e gás, especialmente com baixo teor de carbono, ainda é relevante, dado que o petróleo é atualmente a principal commodity de exportação do país.

    Inovação e Biocombustíveis

    Izabella também destacou o papel dos biocombustíveis como uma área de potencial estratégico. Ela ressaltou que o etanol de segunda geração e o biodiesel colocam o Brasil em uma posição de destaque, respaldada por recentes legislações aprovadas pelo Congresso e pelo governo. “O Brasil tem uma capacidade única de liderar a transição energética com produção sustentável, inclusive em biocombustíveis e hidrogênio verde, e avançar na captura e armazenamento de carbono (CCS)”, acrescentou.

    Para Izabella, a liderança do Brasil requer parcerias estratégicas e cooperação multilateral. “Precisamos de uma regulação eficaz que contemple as novas demandas do mercado internacional e alinhe-se aos objetivos de descarbonização até 2050”, afirmou. Ela mencionou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem um papel fundamental, apoiando a transição com iniciativas como a emissão de títulos sustentáveis, que já captaram mais de 4 bilhões de dólares.

    Finalizando, Izabella enfatizou que o Brasil tem todas as condições para se tornar um líder em soluções climáticas e energéticas. “O Brasil é um país que pode ser um provedor de soluções, vivendo em paz com seus vizinhos há mais de 150 anos. Devemos adotar uma postura estratégica e inovadora, superando polarizações políticas e focando nos interesses nacionais”, afirmou. Para ela, essa abordagem precisa ser realista e ambiciosa, promovendo uma agenda climática que integre desenvolvimento econômico com justiça social. Assista:

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