Saiba como fazer turismo responsável nas festas de final de ano
Os turistas podem tomar medidas para minimizar seu impacto ambiental, como optar por destinos menos saturados
Beatriz Bevilaqua, 247 - Você sabe como escolher destinos de maneira mais responsável durante as festas de final de ano? Neste episódio, conversamos com Marianne Costa, fundadora do Instituto Vivejar, ecossistema pioneiro no desenvolvimento do turismo responsável no Brasil. Com experiência em governos, além de organizações nacionais e internacionais, a especialista dedica-se ao turismo de base comunitária como estratégia de desenvolvimento para o Brasil. Ela é também autora do livro "Turismo Responsável: Resultados que Inspiram".
Durante a entrevista, Marianne explica que o turismo responsável deve promover a conscientização sobre os direitos das comunidades locais e a necessidade de preservação ambiental. Em tempos atuais, dois fatores críticos não podem ser ignorados: o uso excessivo de plásticos e a pegada de carbono. “O turismo é uma das atividades que mais contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Precisamos tomar responsabilidade, escolher lugares e fornecedores que estejam atentos a essa prática", afirma Marianne.
Ela também explica que os turistas podem minimizar seu impacto ambiental, como optar por destinos menos saturados, longe das grandes concentrações de turistas, especialmente durante as férias. “Escolher lugares menos lotados, menos ocupados, fugir dos destinos de massa, pois eles ficam sobrecarregados, o que não é bom para o planeta nem para os turistas", sugere.
Diversas cidades no mundo já enfrentam os efeitos do chamado “overtourism”, como Barcelona e Veneza, onde o turismo se tornou um problema para a população local, com aumento de preços, especulação imobiliária e uma degradação da qualidade de vida. "Esses lugares, que antes eram atraentes para os visitantes, se tornaram praticamente insuportáveis devido ao turismo desenfreado", disse Marianne.
Embora o Brasil tenha uma legislação avançada, a fiscalização ainda enfrenta dificuldades, especialmente em locais remotos. "Se não conseguimos realizar uma boa fiscalização em grandes centros urbanos, é muito mais difícil em destinos isolados", explica. O foco deve estar em promover as empresas responsáveis, aquelas que adotam práticas sustentáveis e interagem de forma consciente com as comunidades locais.
Marianne também vê com bons olhos o trabalho da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), que tem se dedicado a promover experiências que valorizam a brasilidade e a sustentabilidade. "A Embratur tem feito o dever de casa ao promover as experiências que realmente fazem a diferença, reforçando que, em um cenário em que o Estado enfrenta limitações, prestigiar essas iniciativas é o caminho mais eficaz para impulsionar o turismo responsável”, avaliou.
Ela também chama a atenção para o papel crucial do Brasil, como o país mais biodiverso do mundo, na preservação e promoção de suas diversas regiões. "Deveríamos conhecer e valorizar nossos próprios biomas, como a Amazônia, o Pantanal, o Cerrado, a Mata Atlântica e a Caatinga. Temos um país continental de oportunidades para fazer turismo científico, cultural e de aventura", completa.
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