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    'Abin paralela': em depoimento à PF, Ramagem deverá implicar Bolsonaro e Heleno

    Ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência diz que mantinha contato direto com Bolsonaro e comunicação quase diária com Heleno: "era meu superior hierárquico"

    Alexandre Ramagem, Jair Bolsonaro e general Augusto Heleno (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil | Isac Nóbrega/PR | Carolina Antunes/PR)

    247 - O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), disse que prestará depoimento no final de fevereiro no âmbito do inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a suspeita de existência de uma ‘Abin Paralela’, que teria sido utilizada para espionar opositores e críticos da gestão do ex-mandatário.

    Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do G1, “uma das principais preocupações do entorno de Bolsonaro é que as investigações cheguem ao ex-presidente da República. A estratégia, agora, é empurrar a responsabilidade de uma eventual Abin Paralela para o general Augusto Heleno. Já Heleno - intimado a depor - deve descrever a relação com Ramagem e dizer que o antigo chefe da Abin despachava diretamente com Bolsonaro”. >>> 'Avanço das investigações da PF' indica existência de 'agência paralela' durante a gestão Ramagem, diz novo número dois da Abin

    De acordo com a reportagem, Ramagem disse que despachava diretamente com o ex-presidente e o general Heleno, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro. "Com Heleno, na maioria das vezes, mas às vezes sem Heleno", destacou. O ex-chefe da Abin observou que, caso Heleno utilize essa abordagem em sua defesa, estará apenas relatando a realidade, uma vez que tinha contato direto com Bolsonaro, além de manter uma comunicação quase diária com Heleno. “Era meu superior hierárquico”, ressaltou. O depoimento de Heleno está marcado para a próxima terça-feira (6) na sede da PF, em Brasília (DF). >>> PF intima o general Augusto Heleno a depor no inquérito sobre espionagem ilegal da Abin

    Ramagem também manifestou insatisfação por ser convocado apenas um mês após as buscas realizadas pela Polícia Federal em endereços ligados a ele e também no seu gabinete parlamentar, em Brasília. O ex-chefe da Abin negou ter recebido qualquer pedido do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), mesmo sendo próximo do filho do ex-mandatário. >>> Clã Bolsonaro se apavora com possibilidade de divulgação de aliados que foram espionados ilegalmente pela Abin

    Questionado sobre o episódio envolvendo a assessora de Carlos Bolsonaro, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, que solicitou a ele informações sobre inquéritos relacionados ao clã Bolsonaro, Ramagem classificou a assessora como "desavisada" e afirmou não ter respondido à mensagem.

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