Aliados temem 'efeito dominó' contra bolsonaristas após julgamento do TSE sobre Bolsonaro
"Efeito dominó é a busca de um precedente. Podem usar a jurisprudência para outras pessoas, mesmo que situações não sejam da mesma dimensão", disse o senador Espiridião Amin
247 - Políticos alinhados a Jair Bolsonaro (PL) expressaram preocupação com a possibilidade de outros aliados também enfrentarem punições ou até mesmo a cassação de seus mandatos, após o voto do ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode tornar o ex-mandatário inelegível.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o temor é de que haja um "efeito dominó" que estenderia as punições a outros políticos que, a exemplo de Bolsonaro, também promoveram ataques ao sistema eleitoral. “Efeito dominó é a busca de um precedente. Podem usar a jurisprudência para outras pessoas, mesmo que situações não sejam da mesma dimensão. O Direito e a doutrina evoluem assim”, disse o senador Espiridião Amin (PP-SC), de acordo com reportagem.
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“Quando falta crime, tem que escrever bastante: 300 ou 400 páginas (em referência ao tamanho do voto de Gonçalves). Acho que o voto, por não ser contemplado pela clareza da causa, se embaraçou na profusão de argumentação. Sem esconder o desejo, já manifesto, conhecido, de condenar à pena máxima”, completou, em crítica a Gonçalves.
Desde o momento em que o ministro Gonçalves proferiu seu voto, aliados já demonstravam receio em relação ao conteúdo dos votos dos demais ministros do TSE. Aliada de primeira hora do ex-mandatário, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) criticou a fundamentação jurídica do ministro do TSE em uma postagem no Instagram, mencionando o 'efeito dominó' contra os bolsonaristas.
O julgamento que poderá tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos foi retomado nesta quinta-feira (29) para a apresentação dos votos dos outros seis ministros do TSE. No entanto, Bolsonaro e seus aliados já afirmaram nas últimas semanas que esperavam o pior resultado: sua inelegibilidade.
A narrativa faz parte de uma estratégia para retratar Bolsonaro como vítima de perseguição política e judicial e aproveitar sua exposição enquanto o PL filia prefeitos para as eleições de 2024 e busca alternativas para a disputa presidencial de 2026.
Ainda segundo a reportagem, a defesa de Bolsonaro e seus aliados defendem que ele recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de punição pelo TSE, chegando até a mencionar uma odisseia internacional nos moldes da empreitada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a Operação Lava Jato.
'Acredito que haverá margem para recursos ao STF. E se contar com um bom advogado, como Cristiano Zanin, até mesmo nas Nações Unidas. Zanin nos ensinou uma coisa: recorrer', afirmou Amin.
Acompanhe o julgamento ao vivo pela TV 247.
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