‘Aliar o emprego à educação e ao crédito muda a história do país’, destaca Haddad
Governo lançou nesta quarta o Programa ‘Crédito do trabalhador’, que, segundo o ministro, pode ser o “mais revolucionário” programa de crédito do país
247 - Durante o evento de lançamento do programa Crédito do Trabalhador, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o emprego, a educação e o crédito são três pilares fundamentais para o desenvolvimento do país. A iniciativa lançada pelo governo Lula (PT) nesta quarta-feira (12) permite que trabalhadores acessem empréstimos com taxas de juros mais baixas.
Sobre a educação, Haddad disse que é essencial garantir que todos tenham oportunidade de estudo para garantir o desenvolvimento do país. Tem três coisas estruturais para a economia funcionar, para que um povo possa se desenvolver. A primeira é o acesso à educação. Se não tiver acesso à educação, esquece desenvolvimento. Não vamos conseguir nos desenvolver. Eu tive a honra de acompanhar o seu trabalho durante a educação nos seus dois mandatos, em que projetos da maior importância, expansão das universidades públicas federais, criação dos institutos federais de ciência e tecnologia, Pró-Infância, que universalizou a pré-escola, Prouni, que já formou quase 4 milhões de brasileiros, Fundeb, Ideb, Caminho da Escola - o senhor fez uma enorme gama de projetos que mudaram a vida dos brasileiros”, afirmou ao presidente Lula.
“Estou falando disso porque eu li uma notícia esta semana que me emocionou: o número de negros no Brasil com diploma universitário, em 20 anos, multiplicou por cinco. Se você não tem um olhar para as pessoas da creche até a pós-graduação, fazendo com que todo mundo tenha uma oportunidade de estudo, você não vai ter desenvolvimento”, completou.
Na sequência, o ministro falou sobre a importância de garantir um sistema tributário justo e elencou as iniciativas do governo federal para corrigir o problema. “O segundo pilar, que o senhor tentou realizar duas vezes e só conseguiu na terceira, é entregar para o país um sistema tributário digno. Nós figuramos até hoje com um dos dez piores sistemas tributários do mundo. E com o novo sistema tributário que entra em vigor em 2027, por decisão e esforço do Congresso Nacional, nós vamos estar entre os melhores sistemas tributários do mundo”, prometeu.
Haddad também defendeu a reforma no Imposto de Renda, que vai isentar quem recebe até R$ 5 mil. “O senhor tomou a decisão de isentar de impostos, inclusive estaduais, 100% da cesta básica. 100%, incluindo carne, proteína animal leite, ovos, e fazendo o apelo para que esta decisão, que já foi tomada pela União, seja antecipada pelos governadores hoje, para combater a carestia que hoje se vê no mercado. Além disso, o senhor encaminhará este ano ainda uma reforma que é mais simples do que a imposto sobre consumo, que é a do imposto sobre renda. Muitos brasileiros ricos não pagam Imposto de Renda, enquanto todos os empregados deste país têm seu imposto abatido na folha de pagamento, não podem decidir ou não pagar Imposto de Renda. [Eles] tem o valor do imposto deduzido na folha”, disse.
Haddad destacou a importância de ampliar o acesso ao crédito para democratizar as oportunidades. “E a terceira coisa estrutural é justamente crédito. Sem crédito você não democratiza oportunidades. A pessoa que nasce sem riqueza, e estamos falando de milhões de brasileiros, que não nascem donos de ação, de patrimônio imobiliário, não nascem donos às vezes [sequer] de um automóvel. As pessoas nascem com o pouco que têm e têm que se virar. O emprego é muito bom, mas se você associar o emprego à educação de qualidade e a crédito, você vai mudar a história do país”, pontuou.
O ministro citou iniciativas adotadas no terceiro mandato de Lula para ampliar o acesso ao crédito, e afirmou que o Crédito do Trabalhador pode ser “o mais revolucionário" programa neste âmbito. “Nós fizemos muitas leis já nestes dois anos para melhorar o ambiente de crédito, e o crédito no ano passado aumentou 10%. Mas nós temos muito a fazer ainda. Não para ampliar o acesso, mas para ampliar o acesso ao crédito barato. Já fizemos o Desenrola, já fizemos o Marco de Garantias, vários programas para baixar o crédito com mais garantia, diminuir o spread bancário. E eu diria que este programa que está sendo lançado hoje talvez seja o mais revolucionário no médio prazo de todos estes que eu já citei”.
Por fim, Haddad explicou aspectos do funcionamento do programa e disse que ele ainda será trabalhado. “São 47 milhões de pessoas que hoje estão pagando mais de 5% ao mês de juros no crédito pessoal, às vezes em uma emergência, para trocar um fogão que quebrou, uma geladeira, pagando 5% ao mês. Com essa garantia que vai ser oferecida, essas taxas poderiam cair 50% ou mais. Vamos pedir encarecidamente para a imprensa, para o trabalhador, ter muita cautela com este programa, porque é um programa que vai ser desenvolvido ao longo das próximas semanas e meses, porque é um programa muito sofisticado”, explicou.
“As pessoas podem mudar de emprego, a empresa pode quebrar, a empresa pode entrar em recuperação judicial. Não é uma situação equivalente à do servidor público ou do aposentado no INSS, que você tem a garantia do pagamento. Aqui não. A garantia é um pouco menor. Mas os bancos vão saber avaliar a estabilidade do emprego, do setor e da empresa. Então inicia-se agora uma curva de aprendizagem. Eles vão aprender a lidar com uma coisa nova. Mas quando domesticamos este bicho novo que está nascendo, tenho certeza de que vamos olhar para trás em muito pouco tempo e falar ‘que dia especial o dia do crédito para o trabalhador; que dia importante este dia em que o trabalhador na ativa pôde ter o mesmo direito que o servidor público e o aposentado’”, concluiu.
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