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    Ameaçado por greve geral, Bolsonaro deve assinar decreto com bônus aos servidores da Receita Federal

    Sem espaço no orçamento de 2022 para reajustes dos servidores, governo estuda alternativas para contemplar pelo menos algumas categorias

    Guilherme Levorato avatar
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    Sputnik - A partir desta segunda-feira (27), os auditores da Receita Federal entram em greve em todo o país. Com isso, ficam paralisadas ou mais lentas atividades de fiscalização tributária e aduaneira.

    Os motivos da greve são a falta de regulamentação do chamado "bônus de eficiência" e os cortes no orçamento do próximo ano, que tiram recursos da área e impedem o reajuste salarial da categoria.

    Diante da crise que pode parar as atividades comerciais do país, o presidente Jair Bolsonaro, segundo informações do O Globo, cogita assinar um decreto que dará um bônus aos servidores da Receita Federal.

     Segundo o jornal, já foi enviado à Casa Civil a minuta do decreto que regulamenta o bônus dos auditores. O gesto em direção aos servidores da Receita é estratégico para o Palácio do Planalto.

    A categoria reagiu com ameaças de greve depois que o governo decidiu que dará reajustes a profissionais de segurança pública, como Polícia Rodoviária Federal. Logo após o anúncio, 738 auditores da Receita entregaram postos de chefia em protesto.

    No último dia 24, Bolsonaro culpou Paulo Guedes, ministro da Economia, pela decisão de não conceder o "bônus de eficiência" aos servidores da Receita Federal.

    "Isso aí eu vou conversar com o Paulo Guedes de novo. Eles queriam a regulamentação de um bônus de produtividade. Custava nada. Custava R$ 200 e poucos milhões. E a Economia que resolveu não ceder", disse o presidente.

    O ministro da Economia, por sua vez, disparou alertas para o presidente Jair Bolsonaro e outros ministros sobre o risco de aumentos generalizados para o funcionalismo para as contas públicas.

    Integrantes da equipe econômica temem os efeitos de uma greve geral. Há preocupação com os profissionais da área de fiscalização, que poderiam causar problemas em caso de paralização.

    "O problema é que R$ 1,7 bilhão não dá para quase nada. Só o bônus da Receita Federal custaria R$ 400 milhões. Se tiver que pagar bônus para os auditores do trabalho e agropecuários, a conta subiria mais R$ 300 milhões" disse um técnico da equipe econômica citado pela reportagem.

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