Após anulação do leilão de arroz, Neri Geller é exonerado da secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura
"Ele pediu demissão e eu aceitei", afirmou o ministro Carlos Fávaro
247 - Em meio à anulação do leilão para a compra de arroz importado pelo governo federal, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou a saída do Secretário de Política Agrícola, Neri Geller, segundo o g1. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (11), durante uma coletiva de imprensa.
A polêmica surgiu quando veio à tona que o filho de Geller, Marcelo Piccini Geller, havia constituído uma sociedade com Robson Luiz de Almeida França, um ex-assessor de Geller e um dos negociadores do leilão que gerou suspeitas de favorecimento. Segundo Fávaro, a empresa em questão era uma corretora de Mato Grosso, envolvida nas negociações do leilão, o que levantou questionamentos sobre a imparcialidade do processo.
"Hoje pela manhã, o secretário Neri Geller me comunicou e ponderou sobre a situação. Quando o filho dele estabeleceu sociedade com esta corretora do Mato Grosso, ele não era secretário de Política Agrícola", explicou Fávaro. Ele destacou que, embora não haja indícios claros de irregularidades ou favorecimentos, a situação acabou por criar um ambiente de suspeita. "Não há fato que desabone ou que gere qualquer tipo de suspeita, mas que de fato gerou transtorno, e, por isso, [Geller] colocou o cargo à disposição", afirmou o ministro. "Ele pediu demissão e eu aceitei".
De acordo com informações do Globo Rural, a decisão de Geller de deixar o cargo já era esperada, pois visava evitar que o caso se transformasse em uma crise maior, ameaçando a estabilidade do Ministro Fávaro no cargo.
Neri Geller, que já foi Ministro da Agricultura e deputado federal, era visto como um importante aliado do agronegócio que apoiou a eleição do presidente Lula (PT). O bom relacionamento de Geller com o setor agrícola e seu apoio a Lula o colocaram entre os principais nomes cotados para o Ministério da Agricultura. Em dezembro, Geller foi nomeado Secretário de Política Agrícola, após reverter uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o impedia de ocupar cargos públicos devido a uma condenação que havia cassado seu mandato de deputado federal.
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