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    Após Bolsonaro falar em estratégia "camicase", Mauro Cid recua de delação

    Advogado reverte declarações anteriores e nega que Mauro Cid entregará Bolsonaro no caso das joias desviadas da Presidência da República

    Mauro Cid (à esq.), Jair Bolsonaro e joias dadas ao Brasil (Foto: Marcos Corrêa/PR | Reprodução | Reuters)

    247 - Menos de 24 horas após confirmar à imprensa que o tenente-coronel Mauro Cid faria delação apontando Jair Bolsonaro (PL) como chefe do esquema de roubo de joias valiosas recebidas pela Presidência da República, o advogado do militar, Cezar Bitencourt, sinalizou um recuo e declarou não ter mencionado transações relacionadas às joias na matéria publicada pela Veja.

    O recuo do advogado vem após Jair Bolsonaro (PL), depois de saber que seria apontado como o mandante da venda de joias, ter chamado em tom ameaçador  a estratégia de seu ex-ajudante de ordens de "camicase". Em conversa com o jornalista Tulio Amancio, da Band, Bolsonaro negou veementemente as acusações de recebimento de dinheiro de Mauro Cid e descartou qualquer responsabilidade por instruir a venda de presentes de luxo.

    De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, em uma mensagem enviada à redação na madrugada desta sexta-feira (18), Bitencourt afirmou: "não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Veja não se falou em joias [sic]".

    A revista Veja, citada pelo advogado, publicou na noite de quinta-feira (17) que Mauro Cid tinha decidido confessar que havia vendido joias nos Estados Unidos a pedido de Bolsonaro. A reportagem informou ainda que o ex-ajudante de ordens da Presidência iria afirmar que os fundos arrecadados foram direcionados a Bolsonaro, configurando crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

    Ainda de acordo com a reportagem, Bitencourt, além de reiterar o novo enfoque da defesa a outros veículos de imprensa, também explicou a mudança: "a questão é que isso pode ser caracterizado também como contrabando. Tem a internalização do dinheiro e crime contra o sistema financeiro". Ele prosseguiu, afirmando: "mas o dinheiro era do Bolsonaro".

    A defesa de Cid passou a ser liderada por Bitencourt na última terça-feira (15). No dia seguinte, o advogado sinalizou que a estratégia seria mostrar que o tenente-coronel estava seguindo ordens, mesmo que "ilegais e injustas". Em uma entrevista à GloboNews, Bitencourt ressaltou a importância da obediência hierárquica para militares, argumentando que obedecer a um superior é fundamental para um integrante das Forças Armadas.

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