Após demitir Mandetta, Bolsonaro volta a contradizer OMS e defende que crianças retornem às aulas
Jair Bolsonaro defendeu que as aulas sejam retomadas porque “não temos nenhuma notícia de alguém abaixo de 10 anos de idade que contraiu o vírus e foi a óbito ou foi para a UTI". Dados do ministério, porém apontam a morte de duas crianças pela covid-19
247 - Poucas horas depois de substituir Luiz Henrique Mandetta pelo oncologista Nelson Teich no comando do Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro defendeu que as aulas, suspensas por determinações dos governadores devido ao avanço do novo coronavírus, sejam retomadas. Segundo ele, as crianças devem retornar às escolas porque “não temos nenhuma notícia de alguém abaixo de 10 anos de idade que contraiu o vírus e foi a óbito ou foi para a UTI.
Dados do próprio Ministério da Saúde, porém, apontam a morte de duas crianças, uma com menos de um ano e outra com idade entre 1 e 5 anos. Ele também disse que pretende encaminhar um decreto ao Congresso para que as pessoas retornem ao trabalho.
“Tem que enfrentar a chuva, pô. Tem que enfrentar o vírus. Não adiante se acovardar, ficar dentro de casa. Nós sabemos que a vida é uma só. Sabemos dos pais que estão preocupados com os filhos voltarem à escola. Mas tem que voltar à escola, nós não temos nenhuma notícia de alguém abaixo de 10 anos de idade que contraiu o vírus e foi a óbito ou foi para a UTI”. A declaração de Bolsonaro foi feita nesta quinta-feira (16), no Palácio do Alvorada.
A afirmação de Bolsonaro vai de encontro à recomendação de especialistas, que consideram o retorno às aulas um risco, uma vez que por serem assintomáticas, as crianças podem levar o vírus para casa e contaminarem as pessoas mais velhas.
Bolsonaro disse, ainda, que avalia enviar um projeto de Lei ao Congresso Nacional estabelecendo que “atividade essencial” é a necessária “para levar o pão para casa”. Na prática, a medida relaxa o isolamento social determinado por governadores e prefeitos – com base em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) –visando conter o avanço da pandemia.
“Não depende de mim, eu preparei um decreto, mas vi que ele seria bombardeado. Então, talvez este decreto eu transforme em projeto de lei e mande para a Câmara, para o Congresso decidir o que é uma atividade essencial”, disse Bolsonaro.
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