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    Arapongas do governo Collor seguiram cubano próximo ao PT

    Sergio Cervantes Padilla ficou conhecido em 2005 quando a revista "Veja" o apontou como ligado a uma suposta doação de US$ 3 milhões do governo cubano à campanha de Lula em 2002

    Arapongas do governo Collor seguiram cubano próximo ao PT (Foto: Divulgação)
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    247 – O governo Collor manteve em vigilância um cubano "velho conhecido da esquerda brasileira", como o descreveu José Dirceu. Sergio Cervantes Padilla ficou conhecido em 2005 quando a revista "Veja" o apontou como ligado a uma suposta doação de US$ 3 milhões do governo cubano à campanha de Lula em 2002. Leia na matéria da Folha:

    Documentos do serviço de inteligência do governo Fernando Collor (1990-1992) revelam que o cubano Sergio Cervantes Padilla, conhecido da cúpula do PT e descrito como "conselheiro político" da Embaixada de Cuba no Brasil, foi seguido e fotografado pelos arapongas nos anos 90.

    Os documentos integram um conjunto de 30 mil relatórios liberados anteontem pelo Arquivo Nacional.

    Os arapongas do governo Collor mapearam as relações de Padilla com líderes petistas, incluindo Lula, com quem ele teria jantado em São Bernardo do Campo (SP), e José Dirceu. Em outubro de 1991, Padilla teria passado dez dias hospedado com a família no apartamento de uma assessora de Dirceu, então deputado estadual. Na ocasião, o cubano foi fotografado pelos agentes da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), a sucessora do Serviço Nacional de Informações.

    Padilla ficou conhecido em 2005 quando a revista "Veja" o apontou como ligado a uma suposta doação de US$ 3 milhões do governo cubano à campanha de Lula em 2002. A doação --contestada pelo PT-- nunca foi comprovada. 

    No início da década de 90, Padilla tinha encontros frequentes com a cúpula do PT.

    José Dirceu informou, por meio da assessoria, que Padilla é "um velho conhecido da esquerda brasileira" e que foi apresentado a ele quando viveu em Cuba, nos anos 60.

    O ex-ministro disse que o acompanhamento da SAE foi "indevido", pois Padilla era vinculado ao serviço diplomático. A assessoria de Lula não foi localizada ontem.

    Além da cúpula petista, Padilla procurava outros grupos. Em março de 1990, a SAE registrou que ele conversou com o historiador Valério Arcary, então na organização Convergência Socialista (que foi expulsa do PT em 1992), sobre índices sociais de Cuba.
    Arcary disse que é "um escândalo" ter sido monitorado num regime democrático, mas que não falou "nada que não pudesse ser dito em público": "Ele estava preocupado com o isolamento de Cuba e procurava acompanhar a esquerda brasileira".

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