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    Assessor de Bolsonaro preso pela PF admite que emitiu cartão de vacinação mesmo sem ter sido imunizado

    Para os investigadores, a diferença básica na suposta fraude dos cartões de vacina de Max Guilherme e Bolsonaro é que os dados do assessor não foram apagados do sistema

    Bolsonaro com o assessor Max Guilherme no departamento de polícia de Oklahoma (Foto: Reprodução/Instagram)
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    247 - Max Guilherme Machado de Moura, assessor de Jair Bolsonaro (PL) que foi preso no dia 3 de maio no âmbito da Operação Venire, que apura fraudes nos cartões de vacinação do ex-mandatário e seus familiares, além de aliados próximos, confirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que emitiu um certificado de vacinação mesmo sem ter sido imunizado contra a Covid-19. Bolsonaro, que foi alvo de mandado de busca e apreensão, prestará depoimento à PF sobre o caso nesta terça-feira (16). 

    Segundo a Folha de S. Paulo, Max foi ouvido pelos agentes no mesmo dia em que foi preso e teria dito que não se vacinou contra a Covid e que não conhece o Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ), onde o cartão teria sido emitido. 

    “Embora não tenha se vacinado, dados do Ministério da Saúde em posse da PF mostram duas vacinas supostamente tomadas por ele em Duque de Caxias nos mesmos dias que Bolsonaro: a primeira em 13 de agosto e a segunda em 14 de outubro de 2022”, ressalta a reportagem.

    O auxiliar do ex-mandatário relatou, ainda, que "ouviu dizer que havia no ConecteSUS diversos dados sobre saúde, como licenças e afastamento, o que o teria motivado a entrar no aplicativo para verificar o que constava em seu nome, quando encontrou os registros de vacinação".

    >>>  Bolsonaro depõe hoje à Polícia Federal sobre fraude em cartões de vacina

    Após dizer que havia impresso o certificado, os investigadores questionaram o fato disso ter acontecido no dia 26 de dezembro, próximo do término do mandato de Bolsonaro e às vésperas da viagem que ele fez para os Estados Unidos. Guilherme não respondeu ao questionamento feito pelos interrogadores. Ele também não respondeu às perguntas sobre duas outras emissões certificado, em 29 de janeiro de 2023 e 8 de março. 

    “Max viajou no dia 13 daquele mês para Orlando, na Flórida, e retornou ao Brasil no dia 30.Embora não tenha respondido, ele informou que sempre realizou testes de Covid antes das viagens e negou que as inserções tenham sido realizadas para que Bolsonaro e seus assessores pudessem burlar as regras sanitárias nos EUA e no Brasil”, ressalta a reportagem. 

    Para os investigadores, a diferença básica na suposta fraude dos cartões de vacina de Max Guilherme e Bolsonaro é que os dados do assessor não foram apagados do sistema informatizado do SUS. 

    "Tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes, condutas que têm como consequência a prática do crime previsto no art. 268 do Código Penal, ao infringirem determinação do poder público destinada a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid-19", disse a PF em seu relatório sobre as investigações. 

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