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    Associação indígena decide processar Bolsonaro por racismo

    “Nós, povos indígenas, originários desta terra, exigimos respeito! Bolsonaro mais uma vez rasga a Constituição ao negar nossa existência enquanto seres humanos. É preciso dar um basta a esse perverso!”, disse a coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, que reagiu a fala preconceituosa de Bolsonaro sobre os índios brasileiros

    Indígenas divulgam manifesto contra o governo. (Foto: Divulgação)

    (Reuters) - A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) informou que vai processar o presidente Jair Bolsonaro por crime de racismo devido à afirmação do presidente de que os índios são cada vez mais “um ser humano igual a nós”.

    “Nós, povos indígenas, originários desta terra, exigimos respeito! Bolsonaro mais uma vez rasga a Constituição ao negar nossa existência enquanto seres humanos. É preciso dar um basta a esse perverso!”, disse a coordenadora-executiva da associação, Sonia Guajajara, em publicação no Twitter na noite de quinta-feira.

    Guajajara acrescentou na publicação que a APIB entrará na Justiça contra Bolsonaro por crime de racismo. Procurada nesta sexta-feira, a associação não respondeu de imediato a pedido de informações adicionais sobre o processo.

    Em vídeo exibido também na quinta-feira nas redes sociais, Bolsonaro afirmou, ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que o governo quer integrar os indígenas à sociedade.

    “O índio mudou, está evoluindo, cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós. Então fazer com que o índio cada vez mais se integre à sociedade e seja realmente dono da sua terra indígena, é isso que nós queremos”, afirmou.

    Desde o início do governo, Bolsonaro vem defendendo que as reservas indígenas sejam abertas à agropecuária e à mineração, como forma de incentivar o desenvolvimento econômico da Amazônia.

    No entanto, indígenas e ambientalistas temem que os planos do governo irão acelerar a destruição da floresta tropical. Na semana passada, um manifesto assinado por povos indígenas ao fim de quatro dias de reuniões na reserva do Xingu disse que Bolsonaro ameaça a sobrevivência dos índios por meio de “genocídio, etnocídio e ecocídio”.

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