Augusto Nardes, ministro do TCU, fala em golpe militar
Em mensagem a líderes do agronegócio, o relator da farsa das "pedaladas fiscais" contra Dilma Rousseff insinua levante entre militares e estimula o golpismo contra eleição de Lula
247 - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes expôs a possibilidade de um golpe militar no Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Em mensagem de áudio direcionada a produtores do agronegócio, obtida pelo Brasil 247, Nardes defende um levante inconstitucional contra o resultado das urnas e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
Augusto Nardes é ex-deputado ruralista pelo Rio Grande do Sul. No TCU foi o relator da tese farsesca das "pedaladas fiscais" que foi utilizada no golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, processo que deteriorou praticamente todos os indicadores econômicos e sociais do Brasil.
Na mensagem de teor antidemocrático, Nardes diz que estaria havendo um levante por parte de setores de alta patente entre as Forças Armadas. “Está acontecendo um movimento muito forte nas casernas. É questão de horas, dias, uma semana que vai acontecer um desenlace bastante forte na nação, imprevisíveis”, afirmou Augusto Nardes no áudio obtido pelo 247.
“Vamos perder alguma coisa, mas a situação para o futuro da nação pode se desencadear de forma positiva, apesar deste conflito que deveremos ter nos próximos dias”, diz o ministro do TCU em outro trecho. No áudio, Nardes se jacta de ter reprovado as contas da então presidente Dilma Rousseff em 2015, dentro da preparação do golpe de estado do ano seguinte e afirma que o governo de Lula estaria no mesmo caminho.
A postura antidemocrática do ministro do TCU contrasta com a posição do presidente da Corte de Contas, ministro Bruno Dantas, que já divulgou auditoria do TCU realizada nas urnas e que não apontou nenhuma irregularidade. Dantas também entregou à equipe de transição um relatório com 29 pontos críticos na administração do governo federal.
Segundo a revista Veja, uma parte da ala política do governo tentou emplacar Augusto Nardes para a presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O nome de Nardes chegou a ser levado a Paulo Guedes, que refutou a indicação sob o argumento de que não daria para apresentar um candidato que dificilmente teria chance de aprovação. Via de regra, os países membros indicam ministros da Fazenda ou do Banco Central para o posto. Guedes indicou Ilan Goldfajn, que foi eleito para o cargo, sendo o primeiro brasileiro a presidir o BID.
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