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Big techs foram irresponsáveis e têm culpa pelo 8 de janeiro, afirma Flávio Dino

Ministro diz que as plataformas não agiram para coibir a circulação de conteúdos criminosos e golpistas: "os meios tecnológicos existem. Não quiseram fazer"

Flávio Dino (Foto: Isaac Amorim/MJSP | Reprodução | Joedson Alves/Agência Brasil)

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247 - O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou que chamadas 'big techs' foram irresponsáveis ao não coibir a propagação de conteúdos preparatórios e de convocação dos atos terroristas de 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. 

"Infelizmente, sim [foram irresponsáveis]. Essas empresas, todas elas de um modo geral, podem se auto-regular e elas fazem isso. Existem filtros na internet? Sim ou não? Claro que existem. Existem mecanismos pelos quais as big techs sabem o que está circulando e induzem, inclusive, a circulação de certos conteúdos. Ou seja, os meios tecnológicos existem. Não quiseram fazer", disse Dino em entrevista à BBC Brasil

Ainda segundo o ministro, a regulação das plataformas vem sendo debatida em nível internacional, “o que mostra que não é um tema específico deste governo [...] É uma questão da sociedade. Não existe nenhuma instituição humana que seja desregulada [...] Por que a internet deve ser governada pela lei da selva? Pelo vale-tudo? [...] No caso da proposta do Ministério da Justiça, nós não estamos tratando de desinformação abstratamente. Nós estamos tratando de seis crimes tipificados em lei [...] Por que a internet pode permitir que pessoas ensinem a matar pessoas, a fabricar bombas para destruir prédios? Um shopping center pode fazer isso? [...] Por que a internet pode? Para maximizar lucros com uma cultura da violência, do ódio, do antagonismo?”

Na entrevista, Dino também destacou que Jair Bolsonaro (PL) se colocou na condição de investigado e que, por isso, teme ser preso. “Bolsonaro comparece como investigado nos inquéritos por atos dele mesmo. Não há uma orientação política do Ministério da Justiça ou do governo de um modo geral para que ele seja investigado. Ele que se colocou na condição de investigado”, disse Dino. 

“Eu não posso afirmar o que o Poder Judiciário fará. Hoje, há elementos conducentes à prisão do ex -presidente Bolsonaro? Que eu saiba, não. Há uma investigação e essa investigação vai continuar porque não há perseguição, mas também não há leniência. Acho que isso é mais um temor dele mesmo. Um temor, quem sabe, psicológico. Ou ele sabe de alguma coisa que a polícia não sabe ainda. Mas creio que hoje ele não tem contra si nenhum pedido de prisão. Poderá ter em algum momento? Eu não sei, você não sabe, ninguém sabe. Agora, ele próprio revela um medo, um pânico e ele deve ter os motivos dele”, completou.

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