Bolsonaro diz à PF que não determinou inserção de dados de vacinação no sistema da Saúde
Ex-presidente ainda reforçou que não teria motivo para fazer isso. Depoimento faz parte de um inquérito que investiga um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação
247 — Durante o depoimento prestado à Polícia Federal, Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil, afirmou que nunca determinou nem soube da inserção de dados falsos no sistema ConecteSUS, informou o G1. Ele ainda reforçou que não teria motivo para fazer isso. O depoimento faz parte de um inquérito que investiga um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação que teria beneficiado Bolsonaro, sua filha, o ex-ajudante Mauro Cid e familiares deste último.
Devido ao grande número de personagens envolvidos na operação, Bolsonaro foi questionado pela polícia sobre cada um deles, com o objetivo de entender a relação que tinham com ele. Além disso, foi perguntado se tinha conhecimento do esquema e se foi ele quem ordenou o acesso ao sistema do Ministério da Saúde, onde os dados sobre a vacinação contra a Covid-19 foram inseridos e posteriormente retirados. A polícia também procurou saber se havia alguma determinação que ligaria Bolsonaro aos fatos cometidos por essas pessoas que foram presas.
Bolsonaro reiterou que não determinou nem soube da inserção de dados falsos no ConecteSUS e afirmou novamente que não teria motivos para fazer isso. Ele também foi questionado sobre a falsificação da carteira de vacinação da sua filha e explicou que ela tinha 12 anos quando viajou aos EUA, e na ocasião, foi declarada como não vacinada. Ele ainda mencionou que a filha tinha um laudo médico que permitia que ela não tomasse a vacina.
No início de maio, a polícia realizou buscas na casa do ex-presidente em Brasília com o objetivo de encontrar provas de seu envolvimento no esquema. Na ocasião, o celular dele foi apreendido. Bolsonaro reafirmou que não se vacinou contra a Covid-19 e negou qualquer adulteração nos dados do cartão de vacinação dele e da filha, Laura. No entanto, ele se recusou a prestar depoimento à polícia no dia da operação, alegando que sua defesa precisava ter acesso à investigação antes. O ex-presidente foi ouvido apenas nesta terça-feira.
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