Bolsonaro diz que o torturador Ustra é herói nacional
Jair Bolsonaro, que já fez apologia da ditadura militar, chamou de “herói nacional” o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado pela Comissão da Verdade como responsável por 47 sequestros e homicídios, além de ter atuado pessoalmente em sessões de tortura durante o regime. "Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer", disse
247 - Jair Bolsonaro, que já fez apologia da ditadura militar, chamou de “herói nacional” o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado pela Comissão da Verdade como responsável por 47 sequestros e homicídios, além de ter atuado pessoalmente em sessões de tortura durante o regime. A afirmação de Bolsonaro foi feita nesta quinta-feira (8), mesma data em que ele recebe a viúva do militar Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra.
“Ela tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”, afirmou Bolsonaro.
Ainda segundo ele, Joseíta “é uma mulher que tem histórias maravilhosas para contar das presidiárias de São Paulo, envolvidas com a guerrilha. Tudo o que ela fez no tocante ao bom tratamento a elas, no tocante a enxoval, dignidade, parto. E ela conta uma história bem diferente daquela que a esquerda contou para vocês”.
Com o seu elogio a Ustra, Bolsonaro voltou a negar fatos e documentos oficiais, como fez recente no episódio em que negou documentos oficiais para afirmar que Fernando Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, teria sido assassinado por militantes de esquerda e não após ter sido preso por agentes da ditadura.
Uma das declarações mais polêmicas de Bolsonaro citando Ustra aconteceu em abril de 2016, durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, onde o então deputado federal disse que o coronel é o "pavor de Dilma Rousseff" (veja aqui).
O coronel Ustra chefiou o Destacamento de Operações de Informações, o DOI-CODI, entre setembro de 1970 e janeiro de 1974.O DOI-CODI era um dos principais órgão e repressão utilizados pela ditadura. Segundo o Levantamento Brasil Nunca Mais, relatório final da Comissão da Verdade Ustra teria participado pessoalmente de sessões de tortura contra opositores do regime como os militantes maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha e seu marido César Augusto Teles, além do deputado Adriano Digo, entre outros.
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