Bolsonaro é denunciado na ONU por ataques contra mulheres jornalistas
Entidades relatarão em Genebra 54 casos de ofensivas do governo Jair Bolsonaro contra as profissionais
247 - Jair Bolsonaro foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa de seus ataques contra mulheres jornalistas. Entidades relatarão em Genebra, na Suíça, 54 casos de ofensivas do governo contra as profissionais. A informação foi publicada na coluna de Jamil Chade, no portal Uol.
A relatora especial das Nações Unidas sobre a Violência contra a Mulher, suas Causas e Consequência, Dubravka Simonovic, havia destacado em um informe como governos têm usado instrumentos para desonrar, desacreditar e humilhar as jornalistas.
Para apresentar o caso brasileiro, a jornalista Bianca Santana tomará a palavra nesta terça-feira (7).
"O Estado brasileiro tem a obrigação de garantir um ambiente seguro para as mulheres jornalistas", diz ela, que em maio foi acusada por Bolsonaro de escrever 'fake news', após publicar um artigo sobre a relação entre familiares e amigos dele com os acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco.
Em comunicado, um grupo de entidades afirmou que "as organizações apontam também a gravidade de um cenário em que agressões são reafirmadas, legitimadas e praticadas por autoridades públicas, inclusive pela cúpula do governo federal, violando obrigações assumidas internacionalmente pelo Estado brasileiro".
"Os casos, que articulam declarações públicas, ataques virtuais e consequências concretas na vida e na saúde de mulheres comunicadoras, criam um ambiente ainda mais hostil para o exercício da atividade profissional das jornalistas, para a liberdade de imprensa e para a participação de mulheres no espaço público", alertam as ong.
A jornalista Bianca Santana falará em nome de diversas entidades, entre elas Agência de Notícias Alma Preta, Artigo 19, Coalizão Negra por Direitos, Cojira-SP - Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo, Casa Neon Cunha, Federação Nacional dos Jornalistas, Instituto Marielle Franco, Geledés - Instituto da Mulher Negra, Gênero e Número, Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos, Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, Instituto Vladimir Herzog e Marcha das Mulheres Negras de São Paulo.
Também apoiaram a denúncia o Repórteres Sem Fronteiras, a Rede Nacional de Proteção a Comunicadores, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Sempreviva Organização Feminista, Terra de Direitos e Uneafro Brasil.
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