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    Braga Netto recorrerá a decreto de Temer para afrontar Comando do Exército e aliviar punição a Pazuello

    Ministro da Defesa, general da reserva Braga Netto, irá utilizar um decreto assinado por Michel Temer em junho de 2016 para livrar o general Eduardo Pazuello de punições por ter participado de um ato de apoio a Jair Bolsonaro, diz o jornalista Luís Costa Pinto em seu programa 'Sua Excelência, O Fato'

    Braga Netto e Pazuello com Bolsonaro (Foto: Anderson Riedel/PR | Alan Santos/PR)
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    247 - O ministro da Defesa, general da reserva Braga Netto, decidiu usar o decreto 8798, assinado por Michel Temer em junho de 2016, quando era presidente em exercício, para livrar o general Eduardo Pazuello de punições mais severas por ter participado do ato de motociclistas em defesa de Jair Bolsonaro na manhã do último domingo.

    A combinação dos incisos II e XVII do artigo 1º do decreto de Temer, elaborado quando Raul Jungmann era ministro da Defesa, logo depois de desferido o golpe do impeachment sem crime de responsabilidade contra Dilma Rousseff, confere ao titular do Ministério da Defesa o poder de autorizar “oficial para ser nomeado ou admitido para cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, inclusive da administração indireta”. Ou seja, tira do comandante-geral do Exército a autoridade para punir, ou não, um oficial da ativa (caso de Pazuello), caso descumpra determinações da estrutura de comando da Arma.

     A informação do recurso protelatório de Braga Netto foi dada pelo jornalista Luís Costa Pinto durante o programa “Sua Excelência, O Fato” desta segunda-feira (24) (vídeo em anexo. A informação está no minuto 33 do vídeo). Um oficial da ativa passou a informação a Costa Pinto durante o programa, no ar.

     A jornalista Denise Assis, do 247 e da plataforma Jornalistas pela Democracia, havia adiantado a insatisfação de ao menos quatro generais da ativa com a postura do ex-ministro da Saúde e pediam até prisão para o general Pazuello. Sem máscaras, em flagrante afronta à CPI do Genocídio onde depôs por dois dias na última semana, ele participou de ato político em apoio a Bolsonaro. É vedado a oficiais da ativa a participação em atos de cunho político. 

    O general Paulo Sérgio viu-se, na noite de ontem, confrontado por comandado a ser mais duro com Pazuello. Não foi. Braga Netto, que é chefe formal de Paulo Sérgio Nogueira, anunciou que hoje se pronunciaria sobre o tema. E, logo cedo da manhã, disse aos subordinados de seu gabinete que encontrara no decreto de Temer, co-assinado por Jungmann, a saída honrosa para enquadrar o comandante-geral do Exército e passar a mão na cabeça de Pazuello. Jungmann, por sua vez, enxerga a ida de Eduardo Pazuello ao palanque de Bolsonaro como grande afronta à hierarquia.

    Assista ao programa "Sua Excelência, o Fato".

     

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