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    Brasil de Bolsonaro tem um Maracanã de mortos pela covid-19

    País chega a 79.488 mortos. A tragédia da covid-19 tem as digitais de Bolsonaro e de parte dos governadores. Uma história cheia de erros e irresponsabilidades

    Turistas deverão gastar R$ 25 bilhões na Copa (Foto: FELIPE TRUEBA)

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    Rede Brasil Atual - Mortos pela covid-19: 79.488. Maracanã lotado: 78.838. A insensatez do presidente Jair Bolsonaro, seguida por muitos governadores e prefeitos, leva a um genocídio sem precedentes. Neste sábado (18), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) registrou também o total de 2.098.389. de casos oficiais de doentes pelo novo coronavírus. Não são só números, são pessoas, histórias, famílias destruídas. Quem não tem capacidade para salvar vidas jamais salvará nenhuma economia. Basta! Ou como gritaram as redes sociais: #Deu!

    • O vírus da necropolítica: Bolsonaro contagiou até governadores que disfarçaram oposição

    • Entre os Inumeráveis, o que fica é sempre o mais simples

    A imagem de abertura deste dossiê foi inspirada em capa do jornal Estado de Minas de 3 de julho, quando o total de óbitos pela covid-19 (61.990) superou a lotação do Estádio do Mineirão – em 16 dias de lá para cá foram mais de mil mortes por dia.

    A covid-19 em números: uma comparação de letalidade

    O Brasil chega a 78 mil mortos de covid-19. Um Maracanã de mortos. São 300 vezes o número de vítimas do rompimento de barragem em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. Na ocasião, foram 259 mortos e 11 desaparecidos.

    O número de mortos pela covid-19 ainda supera, largamente, o desastre natural que mais deixou vítimas na história: as chuvas e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro, com 917 mortos e 345 desaparecidos.

    Os números da covid-19 também são significativamente maiores do que as demais causas de mortes naturais. Em todo o ano de 2019, o Brasil registrou 1.109 mortes por gripe comum (influenza), sendo 787 por H1N1. Jair Bolsonaro chamou esse vírus de “gripezinha”, que não mataria mais que chamada gripe suína.

    No auge da pandemia de H1N1, entre os anos de 2009 e 2010, o Brasil registrou 105.054 casos e 2.098 mortos. A covid-19 superou o número de mortos nos dois anos de maior disseminação da H1N1, em 31 dias.

    Agência Brasil

    A pandemia de covid-19 segue sem controle no Braisil, epicentro da pandemia. Número de mortes “se estabiliza”, em patamares acima do milhar diariamente

    Outra doença que, no início da pandemia, os negacionistas apontavam como mais letal é a dengue. Entretanto, o novo coronavírus se mostrou muito mais letal. Em 2019, a dengue deixou 754 mortos em todo o país. No pior ano da história em relação às mortes pela doença, 2015, foram 986 mortos.

    O mesmo em relação aos acidentes de trânsito, que matam muito no Brasil. Em 2019, morreram, em média, 111 pessoas por dia, vítimas de acidentes no trânsito. Foram 40.721 vidas perdidas naquele ano. Em apenas quatro meses, a covid-19 já deixou quase o dobro de mortos.

    As doenças cardiovasculares são, historicamente, as maiores causas de mortes no Brasil. São mais de 1.100 mortes por dia, 46 por hora. Há duas semanas o Brasil é o país em que mais pessoas morrem de covid-19. A doença supera, neste período, os mortos por infarto e AVC. A média diária de mortos se mantém acima de 1.100 há mais de um mês.

    O Brasil de Bolsonaro e o mundo frente à covid-19

    No contexto internacional, o Brasil carrega uma série de indicadores da vergonha. É um dos países que menos testa no mundo. Enquanto os Estados Unidos, local mais afetado pelo vírus, testa em média 118 pessoas para cada positivo, essa proporção não chega a quatro testes para um positivo no Brasil. Confira alguns desses dados vergonhosos:

    O primeiro estudo em grande escala sobre a realidade da pandemia foi divulgado na última semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Analisando as mortes excedentes por causas naturais em quatro cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus –, foi notado um excedente de 22 mil mortes. Analistas da instituição apontam que, de forma conservadora, as mortes pela covid-19 podem girar na casa dos 110 mil.

    Sozinho, o Brasil tem mais do que o dobro de mortos de todos os países da América do Sul somados. Enquanto o grupo de 11 países soma 36.494 mortos, o Brasil supera os 78 mil. Isso desconsiderando a subnotificação.

    Fernando Crispim/Amazonia Real

    Com a realidade da subnotificação, ainda não existe consenso científico de quando a situação deve melhorar no Brasil

    Enquanto o Brasil não fez nenhum tipo de rastreio de contágios, além de testar muito pouco, os governos, de forma geral, mal adotaram medidas de proteção sanitária. Agora, o país colhe os resultados. Enquanto isso, não faltam bons exemplos em meio à pandemia.

    É possível citar países latinos, como a Argentina, Cuba e o Uruguai. A Argentina promoveu quarentenas intensas, e soma 2.112 mortos. Já o Uruguai e Cuba fizeram um intenso trabalho de rastreio dos contágios, analisando de forma setorizada e eficiente a disseminação do vírus. O resultado: Uruguai, 31 mortos, Cuba, 87.

    Existem outros bons exemplos onde a responsabilidade do poder público e da sociedade resultaram em menos mortes e rápida reabertura da economia. Países liderados por mulheres se destacam no sucesso da gestão pública no combate à covid-19. Nova Zelândia (22 mortes), Alemanha (9.087), Taiwan (7 mortes) e Noruega (254) são exemplos. Estes países realizaram testes em massa e quarentenas rígidas para frear a doença. Outro ponto em comum entre essas nações é o forte sistema de assistência social, que promoveu cuidados com a população, protegendo vidas e economias.

    Quando não se manifestou para ridicularizar a pandemia e os mortos, Bolsonaro disse se espelhar na Suécia (5.619 mortos). O país nórdico, no início da pandemia, resolveu não promover isolamento social. A ideia era imunizar a população por meio do amplo contágio. O resultado foi avassalador. O país teve um número elevado de mortes, e o ministro da Saúde teve de se desculpar pela condução desastrosa. Se o Brasil tivesse a mesma taxa de mortalidade sueca, já teríamos passado de 120 mil mortos.

    Outro país com a condução desastrosa da pandemia é os Estados Unidos, de Donald Trump, aquele que diz que não se importa e modelo de necropolítica de Bolsonaro. Por lá, já morreram mais de 140 mil pessoas, mais do que o dobro de baixas oficiais de norte-americanos durante a Guerra do Vietnã.

    Rechaço internacional

    Trump e Bolsonaro desacreditaram da ciência e do novo coronavírus. Entretanto, o seguidor fiel latino-americano conseguiu arrancar críticas até mesmo do norte-americano. Por mais incompetente e frouxa tenha sido a reação dos Estados Unidos, o Brasil conseguiu superar. “O Brasil está enfrentando um grande problema, mas não testa como nós”, disse Trump. As críticas internacionais não param aí.

    Bolsonaro foi o único presidente do mundo a demitir dois ministros da Saúde em meio à maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Demitiu Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. O primeiro, por defender a importância do isolamento social; o segundo, por não aceitar recomendar cloroquina de forma indiscriminada.

    Bolsonaro também encontra críticas em órgãos internacionais de Saúde. Em maio, o governo tentou censurar dados da covid-19, o que provocou reações, inclusive da Johns Hopkins, maior entidade de estudo em epidemiologia dos Estados Unidos.

    A Organização Mundial da Saúde também virou desafeto de Bolsonaro. O brasileiro insiste em receitar um remédio, a hidroxicloroquina, como “milagroso” contra a covid-19. Entretanto, uma série de estudos reconhecidos pela OMS mostram que o medicamento não tem eficácia no combate ao vírus. Ao contrário, tem efeitos colaterais graves no sistema cardiovascular.

    Reprodução

    Abertura de covas emergencial no cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, o maior da América Latina

    “No Brasil, é o vírus que está no controle até agora”, disse o diretor de emergências da OMS, Michel Ryan. A entidade reconhece que o número de mortos parou de crescer de forma veloz no país, mas a manutenção das mortes acima da casa do milhar diariamente preocupa. “Não há maneiras de garantir que a queda vai ocorrer por si”, disse, sobre a falta de ações dos governos contra o vírus.

    Os Estados Unidos fecharam fronteiras com o Brasil por conta da gravidade da crise. Enquanto isso, países vizinhos, como a Argentina, temem as fronteiras terrestres. Bolsonaro é criticado frequentemente pela imprensa local, que teme que a irresponsabilidade brasileira possa prejudicar cidades fronteiriças entre as nações latinoamericanas.

    O mundo soma cerca de 14 milhões de infectados, com quase 600 mil mortos. No entanto, países que tiveram grande números de mortos hoje têm curvas da pandemia em clara queda, ao contrário do Brasil.

    As curvas de casos de França, da Itália e do Reino Unido, acima, e a do Brasil, em destaque

    Aberrações de Bolsonaro durante a pandemia

    10 de março

    Em viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro disse que “muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga”. Naquele momento o país tinha 10 mil casos e menos de 100 mortos.

    12 de março

    Quando o país chegou a 20 mil casos, Bolsonaro fez um pronunciamento. “O governo está atento para manter a evolução do quadro sob controle.” Passados quatro meses, investiu apenas 47% da verba total para enfrentamento da pandemia. No caso da saúde, foram apenas 45%.

    13 de março

    “Eu não sou médico, não sou infectologista. O que eu ouvi até o momento: outras gripes mataram mais do que esta”, disse o presidente, quando o país superou 15 mil casos.

    Marcos Corrêa/PR

    Bolsonaro segue firme em sua campanha para minimizar a pandemia e aumentar o número de mortos no país

    16 de março

    “Mas não é isso tudo que dizem”, disse Bolsonaro, enquanto prefeitos e governadores começavam a anunciar as primeiras medidas de isolamento social e fechamento do comércio.

    22 de março

    De forma totalmente errada, Bolsonaro compara a covid-19, que estava há menos de um mês no país, com o número de mortos do vírus H1N1, que matou 800 pessoas em 18 meses. “A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou.

    24 de março

    Em pronunciamento na TV, Bolsonaro diz que a covid-19 é uma “gripezinha” e defende o “isolamento vertical”, para manter em quarentena apenas os idosos e doentes crônicos. Essa medida não é reconhecida pela ciência ou pela medicina.

    29 de março

    “Estou com vontade de baixar um decreto amanhã” para proibir prefeitos e governadores de decretar quarentenas e medidas de isolamento social. Naquele dia, o país tinha 4.309 casos confirmados e 139 mortos.

    12 de abril

    Em live com líderes religiosos, Bolsonaro desdenhou das mais de 1.200 mortes que o país atingira e disse que “parece que está começando a ir embora essa questão do vírus”.

    16 de abril

    Bolsonaro demite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defende o isolamento social. Nelson Teich assume e deixa o ministério menos de um mês depois. O general Eduardo Pazuello vai ficando no cargo.

    20 de abril

    Em uma semana, o país dobrou o número de mortes pela covid-19, chegando a 2.575. Mais uma vez o presidente desdenhou: “Eu não sou coveiro”.

    28 de abril

    Apenas oito dias depois, o Brasil chegou a 5 mil mortes. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”, respondeu Bolsonaro, quando questionado pela imprensa.

    7 de maio

    “Vou fazer um churrasco no sábado aqui em casa. Vamos bater um papo, quem sabe uma ‘peladinha’”, disse Bolsonaro, um dia antes do país chegar a 10 mil mortos pela covid-19.

    Reprodução/Facebook

    Bolsonaro e seus aliados, como Luciano Hang, debocharam reiteradamente dos mortos e de quem buscou se proteger da covid-19

    19 de maio

    Várias vezes Bolsonaro defendeu o uso de medicamentos sem qualquer eficácia comprovada contra a covid-19. No dia que o Brasil registrou mais de mil mortes em 24 horas pela primeira vez, o presidente fez uma live em tom de deboche e às gargalhadas para exaltar a cloroquina. “Toma quem quiser, quem não quiser, não toma. Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína.”

    2 de junho

    Ainda sem ministro da Saúde, sem política de enfrentamento da pandemia e sem aplicar a verba destinada a combater o coronavírus, Bolsonaro vê o país superar a marca de 30 mil mortos. “A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”, disse, como se não fosse responsabilidade do presidente trabalhar para evitar as mortes.

    6 de junho

    Para dificultar o trabalho da imprensa na divulgação dos dados de casos e mortes pela covid-19, Bolsonaro manda tirar do ar o site com as informações sobre a pandemia. “Acabou matéria no Jornal Nacional“, comemorou.

    25 de junho

    O país supera a marca de 55 mil vidas perdidas. Bolsonaro novamente fala contra o isolamento social e defende a reabertura da economia. “Não podemos ter aquele pavor lá de trás, que chegou junto à população e houve, no meu entender, um excesso de preocupação apenas com uma questão (a saúde) e não podia despreocupar com a outra (a economia).”

    3 de julho

    Bolsonaro vetou a obrigação de uso de máscara em estabelecimentos comerciais, indústrias, igrejas, templos, escolas e universidades. O uso de máscara é uma das principais medidas de segurança individual contra o coronavírus.

    16 de julho

    76 mil mortos. Bolsonaro diz novamente que está havendo exagero com a pandemia e se exime de responsabilidade. “Alguns acham que tinha como diminuir o número de óbitos. Diminuir como?”

    17 de julho

    Um grupo de médicos de várias áreas responde Bolsonaro sobre o que poderia ser feito para diminuir o número de mortes: políticas nacionais de isolamento social, ampla testagem, rastreamento de contatos, fortalecer o sistema de saúde, contratar mais profissionais, incentivar o uso de máscaras, entre outros. Nenhuma dessas ações foi tomada pelo governo de Jair Bolsonaro.

    Erros de governadores

    São Paulo

    14 de março

    Para economizar, o governo João Doria (PSDB) decide testar apenas pacientes graves, liquidando a possibilidade de fazer rastreamento da doença e reduzir infecções.

    “Nós vamos deixar de fazer exames para aqueles pacientes não internados. Só faremos exames nos pacientes internados, nos pacientes em clínica sentinela e pacientes de pesquisa. Isto é dar bom gasto ao dinheiro público”, disse David Uip, que coordenava o comitê de saúde.

    8 de abril

    A Secretaria da Saúde admite que está subnotificando casos de covid-19. Segundo o governo, o objetivo é concentrar esforços em casos graves, mas a falta de registros dificulta o desenvolvimento de políticas e o isolamento dos casos.

    Governo de SP-Divulgação

    Governador anunciou o plano para a volta às aulas comemorando que o enfrentamento à pandemia em São Paulo era um sucesso

    22 de abril

    Doria anuncia um plano de flexibilização da quarentena a partir de 11 de maio. Após o anúncio o isolamento social despenca, comércios reabrem e a taxa de aumento de casos por semana sobe de 3,5% para 15,8%, na capital paulista.

    30 de abril

    Instituto Butantã admite que perdeu quase 2 mil exames para detectar a covid-19, por problemas no armazenamento do material coletado.

    19 de maio

    Com a queda no isolamento social, o então coordenador do comitê de saúde, Dimas Tadeu Covas, diz que “estamos perdendo a batalha contra o vírus”.

    “A epidemia está ganhando força. Os números estão aí, as curvas estão aí. A epidemia cresce no Brasil, cresce no estado de São Paulo, inclusive no interior. Então nós temos sim que endurecer as medidas até que os números comecem a decrescer”, disse Dimas. São Paulo tinha 65.995 casos e 5.147 pessoas mortas.

    27 de maio

    Em uma semana, São Paulo teve mais de mil mortes e 21 mil novos casos. Sem qualquer melhora nos indicadores da pandemia, Doria anuncia que São Paulo caminha para uma estabilização no número de casos e anuncia um plano de reabertura da economia. Dimas deixa a coordenação do comitê.

    1º de junho

    Doria coloca quatro regiões do interior na fase 3-amarela da abertura, podendo abrir shoppings, comércio, serviços, bares, restaurantes e salões de beleza. Duas semanas depois todas elas passaram à fase 1-vermelha, após um imenso aumento dos números de casos, internações e mortes. O estado tinha 111 mil casos e 7,6 mil mortes por covid-19.

    24 de junho

    Doria anuncia volta às aulas para 8 de setembro, com parte dos estudantes. Pais, professores e especialistas em saúde se opõem. Pesquisadores alertam para o risco de aumento na mortalidade de crianças menores de 5 anos, que pode chegar a 17 mil vítimas no país.

    26 de junho

    O governador mantém o processo de reabertura e cidades do interior registram cada vez mais casos e mortes. Fase 1-vermelha atinge 306 cidades em 10 regiões.

    10 de julho

    Para avançar com a abertura, Doria começa a afrouxar as regras do plano São Paulo. Primeiro permite que os comércios possam ficar abertos mais tempo na fase 2-laranja. Depois passa setores que só podiam abrir na fase 4-verde, para a fase 3-amarela.

    13 de julho

    Capital paulista, Baixada Santista e parte da Grande São Paulo estão na fase 3-amarela da reabertura. Mas número de casos suspeitos de covid-19 e mortes começam a crescer novamente na capital.

    15 de julho

    Em live realizada na última quarta-feira (15), o presidente do Instituto Butantan e ex-coordenador do comitê de saúde, Dimas Covas, disse que foi um erro não ter realizado ampla testagem desde o início da pandemia. E que agora, já não adianta mais fazer.

    17 de julho

    Uma semana depois de Doria forçar a região de Piracicaba a passar para a fase 2-laranja, sistema de saúde chega perto do colapso e governo determina volta a fase mais restrita da reabertura. O estado registra 19,3 mil óbitos e 407,4 mil casos de covid-19. Um aumento de 154% nas mortes e 267% nos casos, desde o início da abertura.

    TWITTER/REPRODUÇÃO

    Doria e Bolsonaro se afastaram e trocaram farpas por conta da covid-19. A condução na pandemia, porém, não é muito diferente

    Minas Gerais

    9 de abril

    O governador Romeu Zema (Novo) descarta fazer restrições de circulação e de abertura do comércio. “Se nós impedirmos ele [coronavírus] totalmente, ele acaba deixando algumas regiões sem estar infectadas, e amanhã nós vamos ter uma onda gigantesca nessa região. Então, o ideal é que ele se propague, mas devagar, e a ausência total de propagação é ruim.”

    20 de abril

    Zema descarta ampliar a testagem da população alegando que o estado não tem dinheiro para comprar testes. Minas é o estado com menos testes aplicados no país.

    Final de abril

    Contrário a medidas de isolamento social, Zema lança o programa de reabertura Minas Consciente.

    15 de maio

    Ainda sem aplicar testes, o governo Zema para de informar o número de casos suspeitos de covid-19 no estado, dificultando ainda mais a análise da situação.

    30 de junho

    Por falta de material para diagnóstico, 73% das quase 3 mil mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) acabaram registradas como “causa indefinida”, termo utilizado quando não é possível identificar o vírus.

    1º de julho

    Segundo dados da Secretaria da Saúde, houve crescimento de 930% no número de internações por SRAG em Minas, entre janeiro e junho, comparado a igual período de 2019.

    Arquivo EBC

    Mortes pela covid-19 continuam crescendo em todo o país e regiões mais pobres seguem sendo as mais afetadas pela pandemia

    Distrito Federal

    2 de julho

    O governador Ibaneis Rocha (MDB) autorizou a reabertura de quase todo o comércio e a volta às aulas presenciais, mesmo com o número de casos ainda aumentando.

    9 de julho

    Governo anuncia que a chance de contágio por covid-19 caiu. Havia 64.314 casos e menos de mil mortes.

    17 de julho

    Uma semana depois, o Distrito Federal teve aumento de 13.307 casos, o maior crescimento semanal registrado até agora. Mortes chegaram a 1.037.

    Santa Catarina

    17 de março

    Com apenas sete casos confirmados, o governador Carlos Moisés (PSL) decretou o fechamento de todo o comércio não essencial e a proibição de eventos de qualquer tipo por 30 dias e interrompeu todo o serviço de transporte coletivo por uma semana.

    1º de abril

    Menos de 15 dias depois, Moisés iniciou um plano de reabertura da economia catarinense. Construção civil, profissionais autônomos, escritórios e mecânicas voltaram a abrir. Havia 776 casos confirmados e 24 mortes.

    20 de abril

    O governo de Santa Catarina liberou os cultos e as missas, a abertura de shoppings, centros comerciais e restaurantes, e o exercício físico em parques, praias e em academias. O estado registrava 1.063 casos de covid-19 e 35 mortes.

    6 de maio

    Santa Catarina registra explosão de casos de covid-19, com aumento de 230% em três semanas. Mortes chegam a 58.

    24 de junho

    Santa Catarina registra 16 mortes e 1.600 casos em 24 horas. Número de casos cresceu 1.800% desde a liberação de igrejas, shoppings e restaurantes. Prefeito de Blumenau apela que o povo fique em casa: “Por favor, nos ajudem”.

    16 de julho

    Sete regiões do estado registram nível gravíssimo da pandemia. Santa Catarina tem 47.976 casos confirmados e 569 mortes. A taxa de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chega a 71,7%.

    Edição: Paulo Donizetti de Souza

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