Caminhoneiros ameaçam nova greve para “desestabilizar” o País
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, José da Fonseca Lopes, confirmou a possibilidade caso o governo não reveja a política de reajuste do diesel; “O que vem por aí é coisa feia”, disse; “Aí não vai ter Exército, não vai ter nada, porque ninguém vai ter combustível”, continuou; “Se acontecer, é para desestabilizar o País”
Agência Câmara - Caminhoneiros confirmaram que podem entrar em greve caso o governo não reveja a política de reajuste do diesel, nem melhore as condições de trabalho da categoria. O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, deu o alerta nesta quarta-feira (8), em audiência na Comissão de Viação e Transportes. Uma nova paralisação, como a que ocorreu em maio de 2018 e gerou uma crise de abastecimento em todo o País, pode se repetir.
“O que vem por aí é coisa feia, muito feia. Se o governo não se atentar para isso, nós vamos ter um problema muito sério. Aí não vai ter Exército, não vai ter nada, porque ninguém vai ter combustível. Como é que vai fazer? Se acontecer, é para desestabilizar o País. Eu não vou participar disso e não quero isso, mas já estou dando o alerta, como dei da outra vez”, declarou Lopes.
Recentemente, a Petrobras decidiu pela revisão do preço do diesel a cada 15 dias, uma periodicidade considerada curta pelos caminhoneiros autônomos, ainda que até então os valores vinham sendo reajustados em intervalos menores, às vezes diariamente. Um dos pedidos é para que essa revisão ocorra pelo menos a cada três meses, por exemplo, para que motoristas não sejam surpreendidos no meio de uma viagem com o aumento no valor do combustível.
“Não temos condição de negociar preço a cada semana, a cada dia. É mais fácil suportar preços internacionais do que a volatilidade que, esta sim, acaba matando”, afirmou o presidente da Confederação Nacional do Transportes (CNT), Vander Francisco Costa.
O preço médio do diesel nas refinarias hoje é de aproximadamente R$ 2,3 por litro. Em menos de dois anos, o combustível acumulou aumento de quase 70%.
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