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    Caso Marielle: após o crime, Lessa comprou lancha, caminhonete Dodge Ram e pretendia construir uma fortaleza de dois andares

    Élcio Queiroz, preso por envolvimento no assassinato da ex-vereadora, confirmou aumento de patrimônio de Ronnie Lessa, acusado de ter dado os tiros que mataram a ex-parlamentar

    Praia em Angra dos Reis, caminhonete Dodge Ram, Marielle Franco e Ronnie Lessa (Foto: Reprodução | ABR)

    247 - Preso sob acusação de ter dado os tiros que mataram a ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro (RJ), Marielle Franco (PSOL), o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, comprou uma lancha, uma caminhonete Dodge Ram (com preços em torno de R$ 300 mil a R$ 500 mil atualmente) após o assassinato. Também pretendia construir uma fortaleza de dois andares em um terreno de sua propriedade, no condomínio Portogalo, em Angra dos Reis (RJ), de acordo com informações repassadas a investigadores pelo ex-policial Élcio Queiroz, delator que está detido por ser acusado de pilotar o carro de onde partiram os tiros contra a então parlamentar, morta pelo crime organizado em 14 de março de 2018 na região central do município do Rio. 

    Investigadores conseguiram mais informações do crime nesta semana. O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso nesta segunda-feira (24) por envolvimento no assassinato da ex-vereadora. Ele atuou na "vigilância" e "acompanhamento" da ex-parlamentar, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

    De acordo com o delator, o sargento da PM Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, morto em 2021, foi quem apresentou a Lessa o "trabalho" de executar Marielle. Policiais federais apuram a mando de quem Macalé fez a intermediação.  Queiroz disse que o mecânico Edilson Barbosa dos Santos, "Orelha", foi procurado por Suel para se desfazer do carro usado no homicídio. A delação apontou que Orelha tinha uma agência de automóveis e foi dono de um ferro velho.

    O delator afirmou ter recebido pagamentos mensais de R$ 5 mil de Suel. E disse que Lessa teria experimentado um "aumento muito grande" em seu patrimônio após o crime. Queiroz e o policial responsável pelos tiros estão presos desde 2019 e serão julgados por um Tribunal de Júri.

    O porteiro Alberto Jorge Mateus disse à Polícia Federal em 2019 que se enganou ao envolver Jair Bolsonaro nas investigações sobre o crime. Nos dias 7 e 9 de outubro daquele ano, Mateus afirmou à Polícia Civil que “seu Jair” autorizou a entrada de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, na tarde do dia 14 de março de 2018. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados naquele dia.

    A ex-vereadora foi assassinada por integrantes do crime organizado. Ela morreu após levar tiros em um lugar sem câmeras no município do Rio. Ativista de direitos humanos, Marielle fazia denúncias contra a violência policial nas favelas e criticava a atuação de milícias - grupos que praticam atividades de forma ilegal, como a cobrança de taxas para alguns serviços (energia e segurança), além de envolvimento com tráfico de drogas e homicídios. 

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