Ciro pede a Lula que não se candidate em 2022 e fala em "esculhambação" petista
Ciro Gomes defendeu que Lula se inspirasse no “passo para trás” da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que se lançou candidata a vice de Alberto Fernández, em vez de tentar a reeleição. Segundo ele, a suposta corrupção do PT será usada por Jair Bolsonaro nas eleições
247 - Ciro Gomes, provável candidato do PDT para presidente em 2022, pediu que o ex-presidente Lula tenha a “generosidade” de não disputar as próximas eleições presidenciais, nesta segunda-feira, 5.
Em abertura de conferência virtual sobre a reforma administrativa promovida pela Central dos Sindicatos Brasileiros, para atacar Lula e a esquerda, Ciro também comparou o petista com o “exemplo desastrado” do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales.
Ciro defendeu que Lula se inspirasse no “passo para trás” da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que se lançou candidata a vice de Alberto Fernández, em vez de tentar a reeleição.
“A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira”, disse Ciro Gomes. “Mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e que não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou o exemplo desastrado do Evo Morales na Bolívia. E que olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo para trás e ajudou a Argentina a se reconciliar.”
Ciro diz que Bolsonaro vai se aproveitar do “antipetismo”
Segundo o pedetista, Jair Bolsonaro, em busca da reeleição, vai se aproveitar do chamado “antipetismo” e em acusações de corrupção, que, segundo ele, parte delas, é “infelizmente” verdadeira.
“Imagine vocês uma campanha em 2022: o Bolsonaro, querendo se recuperar da impopularidade, lembrar a esculhambação do Palocci, a esculhambação do José Dirceu, a esculhambação de não sei de quem. Eu não digo nem que seja verdade, nem que seja mentira. Eu estou dizendo que é que eu tô vendo”, afirmou. “E do outro lado, o cabra dizendo que os filhos do Bolsonaro são ladrões. É isto?”, questionou.
“Não podemos ir para 2022 com agenda que reproduza a lógica de ódio, de segregação, de moralismo de goela, de manipulação da religiosidade popular, num enfrentamento vazio”, prosseguiu. “Ao contrário do que estão dizendo, a tarefa não é derrotar o Bolsonaro, que é uma tarefa muito grave. São duas tarefas. A segunda grande tarefa, mais difícil, que pede muita reconciliação, é botar uma coisa nova nesse ambiente de terra arrasada”.
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