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    CPI do Genocídio irá investigar fake news bolsonaristas na pandemia

    A disseminação de notícias falsas e o funcionamento de milícias digitais alinhadas ao “gabinete do ódio” durante o período da pandemia será alvo de investigação na CPI do Senado que apura as ações do governo que promoveram o genocídio da população

    (Foto: Divulgação)
    Lais Gouveia avatar
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    247 - A disseminação de notícias falsas e o funcionamento de milícias digitais alinhadas ao “gabinete do ódio” durante o período da pandemia, será alvo de investigação na Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) do Genocídio no Senado. 

    Prevista para ser instalada nesta terça-feira (26), a articulação na CPI é para que o tema das notícias falsas seja uma das frentes de atuação do colegiado que começa a funcionar a partir de amanhã, afirma reportagem do jornal Valor Econômico. Por conta disso, os parlamentares planejam apresentar um requerimento que formalize o compartilhamento de informações sigilosas obtidas pela comissão de inquérito anterior. Neste sentido, um dos focos deve ser a apuração de IPs (número de identificação de um computador na internet) ligados ao governo. 

    A explicação é que, na época da CPMI, os congressistas identificaram que um dos perfis responsáveis pela difusão de informações falsas era ligado a um assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República. Como forma de não fugir de seu escopo de atuação, no entanto, a CPI da pandemia vai propor limitar essa frente de investigações às “fake news” que tiverem relação com a crise de saúde pública. 

    Desta forma, os senadores devem analisar, por exemplo, conteúdos publicados em sites e redes sociais oficiais do governo que encorajaram tratamentos sem eficácia comprovada, como a Cloroquina. Em outros momentos, a rede de ódio disparou desinformação a respeito da vacina contra a Covid e também manipulou informações sobre o número de óbitos. 

    A reportagem ainda informa que a discussão sobre essa frente de atuação da CPI da pandemia surgiu como um contraponto aos ataques, organizados por bolsonaristas nos últimos dias, contra os integrantes da comissão de inquérito. Desde a semana passada, vários senadores passaram a relatar que estavam recebendo uma “enxurrada” de mensagens com discursos de ódio nas redes sociais. Com essa pressão, partidários do presidente da República tentavam reverter o acordo que deve eleger o senador Omar Aziz (PSD-AM) como presidente e Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da CPI. Apesar disso, nos bastidores, Bolsonaro pediu que o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), avisasse Renan que o Planalto não iria trabalhar contra sua indicação para a relatoria do colegiado. 

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