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    Davati nomeou oficialmente reverendo para tratar de vacinas com governo Bolsonaro

    O representante da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, assinou documento que foi encaminhado por e-mail ao diretor do departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Cruz, no dia 8 de março

    (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado | Google Street View | REUTERS/Dado Ruvic)
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    247 - A Davati Medical Supply, que tentou fechar negócio bilionário de venda de vacinas com o governo de Jair Bolsonaro, em março deste ano, nomeou como representante oficial junto ao Ministério da Saúde uma entidade de Brasília dirigida por um reverendo.

    Segundo a CNN, a Davati justificou a indicação da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), entidade religiosa, como sua interlocutora “devido às dificuldades de atender as necessidades" do Ministério da Saúde.

    O representante da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, assinou documento que foi encaminhado por e-mail ao diretor do departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Cruz, no dia 8 de março.

    “Devido às dificuldades de atender às necessidades deste Ministério quanto a vacina Sars- CoV2, a Davati Medical Supply, está nomeando o SENAH - Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, Sediado em Brasília DF para que seja nosso interlocutor de forma humanitária junto a este órgão”, diz o ofício. 

    “Solicitamos de Vossa senhoria, especial gentileza de confirmar que a Senah vem tratando desta aquisição com este Ministério e possui legitimidade no processo para que possamos encaminhar ao mesmo a documentação necessária”, finaliza Cristiano Carvalho no documento.

    Propina

    A Senah é dirigida pelo reverendo Amilton Gomes de Paula, ligado à Igreja Batista e pessoa que abriu as portas do Ministério da Saúde para Luiz Paulo Dominghetti - que afirmou ter recebido oferta de propina enquanto tentava fechar negócio para a venda de vacinas da Astrazeneca.

    Lauricio Cruz diz que recebeu em audiência no Ministério da Saúde o reverendo Amilton de Paula e Dominghetti no dia 22 de fevereiro.

    De acordo com Lauricio, no encontro, o religioso fez oferta para venda de 400 milhões de doses de Astrazeneca e foi orientado, então, a procurar a secretaria-executiva da pasta, comandada à época por Élcio Franco.

    Em depoimento à CPI da Covid, Dominghetti disse que recebeu cobrança de propina do então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, num jantar no dia 25 de fevereiro em Brasília - onze dias antes do e-mail enviado pela Davati nomeando o reverendo Amilton como seu interlocutor oficial junto à pasta.

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