Delação de Cid causa alívio na cúpula do Exército

247 - A homologação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi recebida com alívio pela cúpula do Exército e vista como um ponto final de momentos de tensão, relata Camila Bomfim, do g1. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologou a delação de Cid neste sábado (9). Na sua decisão, o ministro também concedeu liberdade provisória ao militar, que deixou o Batalhão do Exército de Brasília no início da tarde. >>> Dino celebra ação da PF em delação de Mauro Cid

Segundo lideranças militares, a homologação "encerra um capítulo" de associação de Cid a crimes relacionados a Bolsonaro e, agora, o coloca como um colaborador relevante da Polícia Federal. Cid está envolvido em oito inquéritos, e à medida que as investigações avançavam no Supremo, o militar da ativa representava um crescente desgaste institucional. Sua nova posição como delator é vista com muito mais alívio do que seu papel anterior como o braço-direito de Bolsonaro, disposto a assumir todas as suspeitas de crimes graves para proteger o ex-chefe. A ligação do pai de Cid, um general quatro estrelas, aumentou a preocupação dos militares, que passaram a esperar pela delação. >>> Delação de Mauro Cid é "ponto de não-retorno" para investigação sobre Bolsonaro, diz Helena Chagas

Agora, com as declarações do delator validadas pelo ministro Alexandre de Moraes, o Exército quer melhorar sua própria imagem. A intenção é abrir um novo caminho para abordar problemas que afetam a imagem dos militares. Uma das medidas práticas é o apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos militares, que visa evitar uma inadequada mistura entre a caserna e a política.