Delator Élcio Queiroz diz ter recebido salário de Suel após assassinato de Marielle

247 - O ex-policial militar Élcio Queiroz, detido em 2019 sob suspeita de envolvimento nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, revelou em delação premiada que recebeu pagamentos mensais no valor mínimo de R$ 5 mil de Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, um ex-bombeiro também implicado nos crimes e preso. Segundo o delator, essa quantia diminuiu gradualmente ao longo dos meses e, de repente, há mais de um ano, os depósitos cessaram abruptamente. 

Suel foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (24) por participação direta nos assassinatos, ocorridos em março de 2018. O esquema teria sido orquestrado pelo próprio Suel, que repassava ao ex-policial reformado Ronnie Lessa, identificado como executor dos crimes, a quantia de R$ 10 mil mensais: R$ 5 mil destinados ao pagamento do advogado de defesa e os outros R$ 5 mil para auxiliar nas despesas de Élcio, que se encontrava em uma situação financeira precária. >>> Delator Élcio Queiroz diz que Lessa usou submetralhadora desviada do Bope para atirar em Marielle

Nesta segunda, a PF e o MP do Rio iniciaram a Operação Élpis, a primeira fase de uma nova investigação sobre os assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, bem como a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, ocorridos no Centro do Rio de Janeiro em março de 2018. Em uma coletiva realizada nesta manhã, o ministro da Justiça, Flávio Dino, revelou informações fornecidas por Élcio Queiroz durante uma delação premiada ocorrida há 15 dias. O delator confessou ter dirigido o veículo usado no ataque e confirmou que Ronnie Lessa efetuou os disparos. Além disso, Élcio Queiroz afirmou que o ex-bombeiro Suel realizou vigilâncias para descobrir a rotina da vereadora.