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    "Delúbio operava o caixa 2? Operava", diz Malheiros

    Advogado de Delúbio Soares assume relação do cliente com recursos não declarados pelo PT; "o dinheiro era em 'cash' porque era ilícito", disse;  crime já prescreveu; "Delúbio não quer negar o que fez, mas não quer ser condenado pelo que não fez"

    "Delúbio operava o caixa 2? Operava", diz Malheiros (Foto: Edição/247)
    Ana Pupulin avatar
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    247 - "Tudo começou na composição da chapa Lula-Alencar", disse o jurista Arnaldo Malheiros, defensor do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. "Muitos antes de haver um governo Lula, quando se estrutuva a chapa, aí se forma uma aliança e se estuda o jeito de fazer o custeio das campanhas", explicou. Ele citou biografia autorizada do ex-vice-presidente José Alencar feita pela jornalista Eliane Cantanhêde. Malheiros sustentou que "a prova é rala, pífia", contra Delúbio. Na ótica dele, Delúbio foi o executor de um acordo político firmado entre Lula, pelo PT, e Alencar e Valdemar Costa Neto, pelo PL. "Mas como foi que esse caso estourou?", perguntou. "Quando um diretor de estatal indicado por Roberto Jefferson foi flagrado se corrompendo", disse. Sobre Delúbio, disse que "o que se está pretendendo aqui é um ato de ofício presumido", reclamou. "Não há acusação porque sequer há imputação. Um mínimo de prova deve haver".

    Para ele, "o Ministério Público diz: receberam dinheiro de campanha e praticaram ato de ofício, mas qual ato de ofício?". Malheiros admitiu que há "indícios nos autos, e fortes, que o dinheiro se destinava a custeio de campanhas". O advogado enfrentou a questão das votações das reformas da Previdência e Tributária. Ele procurou quebrar o "nexo de causalidade" entre saques bancários e as duas votações. A oposição votou muitas vezes junto com o governo. "Não havia a necessidade de comprar votos", sustentou. "Não sendo provado que havia corrupção nas votações, veio então a alegação que o dinheiro era dado para obter apoio político", acrescentou. "Mas apoio político é ato de ofício?", disse, como que perguntando: onde está o crime?

    Com tabelas distribuídas aos juízes do Supremo, Malheiros procurou mostrar que "quanto mais dinheiro entrava, mais o partido votava contra. Isso não tem lógica", frisou. A intenção é descaracterizar a existência do mensalão - pagamentos regulares em troca de votos no Congresso. Ao final de sua defesa, Malheiro admitiu que Delubio era o operador do caixa dois do PT. "Ele operava o caixa dois? Operava. Isso é ilícito? É, mas ele não praticou corrupção contra ninguém. Delúbio não quer negar o que fez, mas não pode ser condenado pelo que não fez".

    Após o pronunciamento do advogado, o presidente Ayres Britto suspendeu a sessão por 30 minutos, a partir das 16h32.

    Clique aqui e assista a sessão ao vivo.

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