Deputados foram alertados sobre riscos gerados por demissões na Eletrobrás três meses antes do apagão
Diretor do Instituto Ilumina levantou dúvidas sobre o monitoramento dos dados nas instalações de geração e transmissão de energia elétrica em audiência pública na Câmara
247 - Três meses antes do apagão que afetou 25 estados e o Distrito Federal na última terça-feira, o diretor do Instituto Ilumina, Gustavo Teixeira, fez um alerta durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os perigos das demissões na Eletrobrás privatizada e como essas demissões poderiam impactar a segurança do trabalho no setor elétrico, lembra a revista Veja.
Durante sua participação na Comissão do Trabalho em 17 de maio, o diretor do Instituto Ilumina levantou dúvidas sobre o monitoramento dos dados nas instalações de geração e transmissão de energia elétrica, semelhante ao que ocorre na distribuição. Além disso, ele afirmou que todos os indicadores de segurança do trabalho nas empresas da Eletrobrás haviam piorado recentemente.
Gustavo Teixeira apresentou duas sugestões aos deputados: a suspensão das demissões e a realização de uma auditoria nas instalações da Eletrobrás. A partir dos resultados dessa inspeção, seria decidido se o processo de privatização deveria continuar ou não. “O risco é muito grande, é muito grave essa situação. Não só para os trabalhadores, mas para o funcionamento do setor elétrico”, disse Teixeira naquela ocasião.
No dia do apagão, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, atribuiu o incidente a uma sobrecarga em uma linha de transmissão no Ceará e mencionou que uma segunda ocorrência estava sob investigação. Posteriormente, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, indicou que, uma vez que não havia obstáculos tanto na demanda quanto na oferta, a causa do apagão poderia ter sido uma "falha técnica".
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