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    Desaparecido na Amazônia, indigenista Bruno Pereira recebeu ameaça por bilhete: ‘vamos acertar as contas’

    "Sei quem são vocês e vamos acertar as contas", diz trecho da mensagem deixada no escritório de advocacia que representa a Univaja, organização indígena do Vale do Javari

    Bruno Pereira (Foto: Funai | Agência Brasil | Reuters)

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    247 - O indigenista Bruno Pereira, da Fundação Nacional do Índio, que desapareceu no último domingo (5) junto com o jornalista britânico Dom Phillips, na região do Vale do Javari, na Amazônia, recebeu um bilhete apócrifo com ameaças explícitas que foi deixado no escritório de advocacia que representa a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), ONG para a qual ele vinha trabalhando voluntariamente, em Tabatinga, no Amazonas.  

    ”Sei quem são vocês e vamos achar para acertar as contas”, diz um trecho do bilhete de acordo com o jornal O Estado S. Paulo. “Sei que quem é contra nós é o Beto Índio e o Bruno da Funai é quem manda os índios irem prender nossos motores e tomar os nossos peixes. (...) Se querem dar prejuízo, melhor se aprontarem. Está avisado”, diz um outro trecho da mensagem. Ainda de acordo com a reportagem, o bilhete surgiu há cerca de um mês e meio e foi endereçado ao advogado Eliesio Marubo.

    Beto e Eliesio Marubo são líderes da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Já o indigenista Bruno Pereira - considerado um dos mais experientes do país, além de ser uma referência internacional  no contato com povos isolados  - havia se licenciado da Funai para coordenar um projeto de melhoria da vigilância das terras indígenas. A iniciativa, porém, enfrenta forte resistência de madeireiros,  garimpeiros e pescadores ilegais que atuam na região. 

    ”Não tenho a menor dúvida (que o sumiço de Pereira está relacionado com a ameaça). Era uma questão de tempo para acontecer. Infelizmente é dessa maneira, até finalizarem o que eles têm que fazer. O Estado não está presente e deixa um espaço vazio. Onde o Estado não está, o crime está”, disse Marubo.

    As buscas pelo indigenista e pelo jornalista britânico prosseguem nesta terça-feira (7) com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Marinha e Exército. 

    Veja o bilhete com a ameaça: 

    bilhete-ameaca-bruno-pereira

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